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São Paulo, terça-feira, 30 de setembro de 2003

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PAINEL DO LEITOR

Edward Said
"O senhor Nelson Ascher -que, por ocasião do Prêmio Nobel dado a José Saramago, já brindara os leitores da Folha com impropérios contra o escritor lusitano por ele ser comunista- agora ataca a memória de Edward Said, morto há poucos dias (Ilustrada, pág. E8, 29/9). O senhor Ascher só tem razão numa coisa: é inconcebível "julgar pessoas e trabalhos não por seus méritos científicos, mas por suas opções políticas". Por isso perdeu preciosa oportunidade para ficar calado."
Marcelo Ridenti (São Paulo, SP)

 

"As grandes armadilhas históricas não são oriundas de uma grande mentira perpetrada, mas de um grande conjunto de pequenas mentiras que apreendemos sem questionar. Poucos são os homens que têm a capacidade de enxergá-las, e Nelson Ascher, com a sua vasta cultura e o seu enorme conhecimento, vê-as e, em seus artigos, as "desconstrói" uma a uma. Parabéns à Folha por tê-lo entre seus articulistas, o que contribui para que o jornal seja uma das melhores mídias impressas do mundo."
Larissa Grau (Belo Horizonte, MG)

Psiquiatria
"Em relação à reportagem "Cirurgia psiquiátrica é feita sem controle" (Cotidiano, pág. C1, 28/9), quero deixar o meu mais veemente repúdio à forma como ela foi apresentada, distorcendo de maneira absurda o tratamento realizado por tão nobres médicos. O professor-doutor Manoel Jacobsen Teixeira, o professor Luiz Fernando Martins e o professor Osvaldo Vilela Filho são médicos que honram o Brasil e elevam o nome do país no exterior. É impensável, por suas qualidades éticas e morais, que agissem como o jornal dá a entender na reportagem ignorante e maldosa, incompatível com o prestígio e com o nome da Folha. Sempre se pautaram em sua vida profissional, bem conhecida por seus pares, pelo absoluto rigor em todos os procedimentos, sendo pioneiros no alívio do sofrimento físico e mental do ser humano. São conhecidos também, não só pela extraordinária competência como pelo humanismo, pela caridade e pela bondade com que tratam o ser humano. O jornalista deveria reler a história e perguntar o que ocorreria se Freud, Pasteur e tantos outros tivessem empecilhos desse tipo de "jornalistas" e "burocratas" na época. Em nome dos milhares de pacientes que tiveram alívio nas mãos de tão notáveis médicos e em nome das famílias de pacientes cujas doenças psiquiátricas não tinham mais solução médica, sendo levados a sofrimento inimaginável, peço que continuem com o humanismo, a coragem e a bondade que sempre os caracterizou. Deus os recompensará."
Luiz Fernando Pinheiro Franco, professor-doutor, presidente do Capítulo de São Paulo da Academia Brasileira de Neurocirurgia e presidente eleito da Academia de Medicina de São Paulo (São Paulo, SP)

Resposta do jornalista Rubens Valente - As alegações do médico já constaram da reportagem. Além disso, o neurocirurgião José Oswaldo de Oliveira Júnior, da Beneficência Portuguesa (SP), declarou, em entrevista gravada, ter participado, sob comando do doutor Jacobsen, de cinco cirurgias "puramente" psiquiátricas "antes de 1999" no Hospital das Clínicas para tratamento de transtornos mentais.

 

"Parabenizo a Folha pela oportuna e excelente reportagem sobre as psicocirurgias. O Conselho Federal de Psicologia mostra-se preocupado com a nova roupagem de práticas verdadeiramente desumanas. É preciso considerar que qualquer intervenção na área da saúde deve levar em conta o bem-estar da pessoa submetida a qualquer forma de tratamento e que padrões éticos devem ser respeitados. As chamadas psicocirurgias, no caso dos portadores de sofrimento psíquico, além de não apresentarem garantias de melhora e de serem irreversíveis, representam agressão ao direito da pessoa aos seus pensamentos e sentimentos. O que teria ocorrido com Arthur Bispo do Rosário, tido como violento, caso tivesse passado por uma psicocirurgia? Ou com a mulher que, não fosse a providencial denúncia de uma psicóloga ao Ministério Público, seria submetida a esse tipo de cirurgia em Curitiba? E de que estão falando esses senhores quando mencionam os "transtornos sexuais'? Que segredos são esses que nos remetem à ficção de laboratórios sinistros e que não podem ser comentados à luz do dia? Esperamos que o CFM venha a público responder a todas as dúvidas apontadas pela reportagem e que o Ministério Público também se manifeste."
Odair Furtado, presidente do Conselho Federal de Psicologia (São Paulo, SP)

Jornalismo
"A qualidade do jornalismo no Brasil se comprova com reportagens sérias, bem apuradas e bem-intencionadas como essa que deu à Folha o Prêmio Andifes ("Jornalista da Folha ganha prêmio Andifes", Cotidiano, 27/9). Desejo que novas premiações se repitam. Afinal, a Folha tem o compromisso com a educação neste país."
Milú Villela (São Paulo, SP)

Orquestra
"Em relação à nota "Acorde dissonante", publicada ontem na coluna "Mônica Bergamo" (Ilustrada, pág. E2), esclareço que é mentira que tenha havido demissão coletiva da Associação de Amigos da Osesp. Também não é verdade que a escritora Patrícia Melo tenha relação com o afastamento de algum dos membros da associação. Da mesma forma, não procede a informação de que a referida associação teria sido fundada na semana retrasada."
John Neschling (São Paulo, SP)

Resposta do jornalista Sérgio Dávila, editor interino da coluna "Mônica Bergamo" - A data da fundação da associação foi informada à reportagem pela própria assessoria da Osesp.

Limites
"Parabenizo Luiz Flávio Gomes pelo artigo "Toda liberdade tem limites" ("Tendências/Debates", pág. A3, 27/9). A mídia vem desfigurando e banalizando uma das metáforas mais poderosas, que é a inteligência humana. Seu negócio é faturar. Para arrebatar a liderança do concorrente e para aumentar o ibope, vale quase tudo! Diferentemente do que acontece hoje em dia, poderíamos ter na TV uma educação eletrônica."
Liani Maria Alves Penna (Campinas, SP)

Imagens
"Não concordo com a carta "Imagens fabricadas" ("Painel do Leitor", 15/9), que critica Marta Suplicy por ter aparecido numa foto em cima de uma escavadeira. O leitor achou a atitude demagógica. Penso que a Folha esteja corretíssima em publicar a foto. Afinal, a imprensa tem por obrigação registrar os atos positivos e negativos de nossos governantes. O leitor deve sentir saudade da época em que os prefeitos só podiam aparecer por conta de seus deslizes e falcatruas."
Paulo Feldmann (São Paulo, SP)

De volta
"Parabenizo a Folha por trazer de volta às suas colunas o texto preciso, claro e elegante de João Sayad, que, antes de ser um economista, é um professor que nos brinda com sua visão lúcida da situação sempre peculiar de nosso Brasil."
Robinson Sakiyama Barreirinhas (São Paulo, SP)

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