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DADOS INQUIETANTES
De acordo com uma pesquisa
do Banco Mundial (Bird) publicada anteontem, 51% das empresas brasileiras admitem ter subornado funcionários do governo e 67,2%
vêem a corrupção como um obstáculo importante à atividade econômica.
Ademais, o Brasil é considerado o
pior país entre as 53 nações pobres e
emergentes analisadas pelo Bird no
que tange à estabilidade das regras, à
dimensão da carga tributária, aos financiamentos para o setor produtivo
e aos custos trabalhistas. Vale observar que a pesquisa do Bird não visa
medir os problemas como eles são,
mas apenas a percepção que empresários têm dessas questões.
Os impostos foram citados como
grande limitador de negócios por
84,5% das sociedades consultadas,
enquanto 72% reclamaram da ausência de financiamentos. Quase
76% dos empresários brasileiros manifestaram descontentamento com a
instabilidade das políticas governamentais, e 56,9% se queixaram de altos custos na área trabalhista.
A corrupção não é, evidentemente,
o único fator que afasta investimentos estrangeiros do Brasil, conforme
aponta o relatório do Bird. Todavia é
essencial que o problema seja tratado
com muita atenção, já que, internacionalmente, se trata de um tema visto como dos mais importantes.
Infelizmente, certo grau de corrupção é inevitável na esfera pública,
mas seu combate deve ser incansável
e perene. Na China, cujos progressos
recentes foram elogiados pelo Bird,
o Partido Comunista admitiu, nesta
semana, que a corrupção ameaça sua
permanência no poder e lançou uma
campanha para abrandá-la.
Soma-se a isso a necessidade de
criar, em diferentes esferas institucionais e sociais brasileiras, um ambiente favorável aos negócios e à livre
iniciativa. Segundo economistas, a
equação é simples, quanto mais elevados forem os investimentos externos diretos num país, menor é a
pressão sobre suas taxas de juros.
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