São Paulo, quinta-feira, 30 de setembro de 2004

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PAINEL DO LEITOR

Fé e donos do mundo
"Olho para a foto da soldado Lynndie England, que cometeu barbaridades no Iraque e agora pode pegar até 38 anos de prisão, e vejo uma bela moça, que teve a infelicidade de estar no lugar errado, na hora errada, fazendo as coisas mais indevidas e cruéis. Deve ser julgada e punida, se assim a Justiça decidir. Mas ela estava quietinha lá no seu país até que uma campanha viesse lhe dizer que os iraquianos eram uma gente desprezível, animais terroristas que deveriam ser combatidos de toda maneira. E como ficam as pessoas que espalharam na mídia essas informações? Como ficam as pessoas que levaram os Estados Unidos à guerra contra um país soberano? Lynndie, muito provavelmente, apenas acreditou no que lhe disseram seus líderes. Essa guerra não pára de promover injustiças e absurdos. E os grandes responsáveis por tudo isso continuam por aí, como donos do mundo."
Julio Dias Gaspar (São Paulo, SP)

Urnas
"Às vésperas do próximo pleito, a Justiça Eleitoral vem nos impingindo uma campanha publicitária recheada de obviedades com o suposto objetivo de "esclarecer" o eleitorado. Mas ela não esclarece o mais importante. Esclarecidos ou não, vamos ter de nos submeter a um processo de votação eletrônica que ainda não teve a sua confiabilidade totalmente comprovada. Ainda não houve nenhuma demonstração cabal, concreta e lógica de que esse sistema é seguro e inviolável. Seria preciso demonstrar que o software não pode mais ser modificado para produzir uma totalização distorcida dos votos e que o sistema é à prova de hackers."
Cesar Galha Bergstrom Lourenço, arquiteto, professor da FAU-USP (São Paulo, SP)

Encontro
"Li, estupefato, ontem, na seção "Painel" (Brasil, pág. A4), nota dando conta de que me encontrei com o senhor Paulo Maluf. Não sei qual é a fonte de informação, mas posso garantir que ela é absurdamente falsa. A fonte que a "plantou" na Folha deveria ser banida. Assim, solicito que essa informação seja prontamente desmentida. Gostaria ainda de solicitar que, da próxima vez, eu seja ouvido antes de qualquer nota ser publicada."
José Mentor, deputado federal -PT-SP (Brasília, DF)

 

"Não é verdade que Paulo Maluf tenha se encontrado com o deputado federal José Mentor, como está no "Painel" de ontem. Esse encontro jamais aconteceu, e a divulgação de informações falsas como essa compromete a credibilidade do jornal perante seus leitores, além de insinuar, nesse caso maldosamente, que Paulo Maluf está a serviço da candidatura Marta Suplicy. Petistas e malufistas são adversários históricos em São Paulo, continuam assim e o candidato a prefeito pelo PP irá para o segundo turno."
Adilson Laranjeira, assessor de imprensa de Paulo Maluf (São Paulo, SP)

Resposta da jornalista Renata Lo Prete, editora do "Painel" - A informação publicada foi obtida pela Folha de fonte independente e confirmada por correligionários das duas partes envolvidas.

Sem atletas
"Parabéns aos atletas paraolímpicos, que deram exemplo de superação e de força de vontade. Que a quantidade de medalhas conquistadas pelos nossos atletas não seja objeto de regozijo, mas que sirva de alerta aos governantes dos graves problemas causados pelo trânsito e pelos acidentes de trabalho, nos quais a imprudência e a irresponsabilidade, aliadas à impunidade e à falta de fiscalização, produzem cada vez mais futuros candidatos a atletas paraolímpicos. Seria muito bom se, num futuro bem próximo, as Paraolimpíadas deixassem de existir por falta de atletas."
Paulo Toshio Udo, professor-adjunto do Departamento de Física da Universidade Estadual de Maringá (Maringá, PR)

Controle de natalidade
"Mais do que sensata, a posição de Carmen Miró é indiscutível ("Demógrafa critica controle de natalidade, Cotidiano, 27/9). O que não dá para entender é a cegueira (para não dizer má-fé) daqueles que, a despeito de todos os problemas que a Europa tem com o controle da natalidade, continuam dizendo que é a explosão demográfica, e não a ganância, a culpada de todos os males do planeta. Aliás, essa ganância combina muito bem com o planejamento familiar. Filhos? Só servem para gastar dinheiro!"
Fabiane Souza (Brasília, DF)

Atribuição precípua
"Enquanto o atendimento ao público (pesquisadores, estudantes e leitores) continua bastante insatisfatório, a Biblioteca Nacional anuncia que vai gastar milhares de reais com prêmios literários, bolsas de pesquisa e com a edição de uma luxuosa e supérflua revista de poesia. A BN prestaria relevante serviço à coletividade se cuidasse prioritariamente de ampliar sua estrutura de atendimento e de modernizar-se tecnologicamente para dar conta de suas atribuições precípuas."
Rogério Castro (Niterói, RJ)

Do bem
"Quero protestar contra o conceito de pessoa "do bem" atribuído pelo jornalista Luís Nassif ao procurador Luiz Francisco ("Terceirização do MP", Dinheiro, 28/9). Somente aqueles que não tiveram a triste experiência de sofrer arbitrariedades nas mãos dele podem se enganar a esse ponto. Luiz Francisco é um "ativista político radical", com interesses nem sempre claros, que não se peja de cometer irregularidades e crimes para atingir seus objetivos. Ele é tão "do bem" quanto os "vigilantes" que infestam as periferias, fazendo justiça com as próprias mãos, ou quanto os membros dos "esquadrões da morte", tão bem conhecidos em nosso país e cuja experiência mostra que iniciam suas atividades pensando em eliminar bandidos, mas acabam sempre se corrompendo e eliminando aqueles a quem interessa. A reportagem a que Luís Nassif se refere é uma prova disso. Outras provas estão em diversas representações que já encaminhei à corregedoria do Ministério Público e que aquele órgão sempre se recusou a investigar. Essas provas estão à disposição da Folha se o jornal estiver realmente interessado em denunciar a corrupção na administração pública em nosso país."
Eduardo Jorge Caldas Pereira, ex-secretário-geral da Presidência da República (Rio de janeiro, RJ)

Resposta do jornalista Luís Nassif - O sentido dado ao "do bem" foi o de qualificar o procurador como massa de manobra de pessoas com mais discernimento e/ou malícia. Aliás, já defendi Eduardo Jorge das práticas do procurador e da mídia, recebi e-mail pessoal dele, respondi com e-mail pessoal (assim como outros poucos colegas que ousaram defendê-lo) e ele utilizou esses e-mails em processos que move contra veículos. Tal qual Luiz Francisco faria. E nem precisava disso, pois já contava com os artigos a favor.


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