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PAINEL DO LEITOR
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Debate
"Da mesma forma que FHC mereceu críticas quando não compareceu ao debate em 98, o presidente
Lula desrespeitou a mídia, os seus
eleitores e todo o povo brasileiro ao
não comparecer ao debate.
Tenho certeza de que, assim como eu, muitos cidadãos brasileiros
ficaram irritados quando Lula afirmou que não havia no Brasil ninguém com mais moral e ética do que
ele. Se isso é verdade, por que ele fugiu do debate? De que ele tem medo? Um presidente de uma nação
não pode se dar ao luxo de temer
seus adversários."
WAGNER J. CALLEGARI (Limeira, SP)
"O debate dos presidenciáveis na
TV Globo foi como um Sábado de
Aleluia. Todos os candidatos querendo malhar o Judas, ou melhor, o
Lula, sem mostrar nenhuma proposta consistente de governo."
FÁTIMA WANDERLEY (São Paulo, SP)
Gasto eleitoral
"O TSE estima gastar R$ 550 milhões nas eleições deste ano.
Provavelmente, em 2008, será
gasto novamente esse valor para as
eleições municipais. Será que não
está na hora de pensarmos (os políticos também) em fazer um pleito
único para todos os cargos e assim
economizar essa dinheirama?"
SERGIO ISRAEL DOS REIS (São Paulo, SP)
Campanha em SP
"Em relação à reportagem "Apesar da crise no Estado, tucano não
aborda segurança em programas de
TV" (Brasil, 28/9), esclareço que as
propostas de José Serra para essa
área vêm sendo constantemente
divulgadas desde o dia 1º de abril,
quando começou sua pré-campanha eleitoral.
Neste período, Serra deu dezenas
de entrevistas sobre esse assunto,
sendo que para a própria Folha deu
uma das mais completas, que acabou sendo publicada resumidamente pelo jornal. Na TV, o tema
também foi abordado, como demonstram os programas de 16/8 e
de 22/9. Portanto, estranhamos a
afirmação do jornal de que ele estaria evitando abordar esse tema.
Além disso, em seu programa de
governo, disponível no site da campanha, Serra também dá detalhes
de suas propostas, entre elas a criação de um plano integrado de segurança para enfrentar o crime organizado em todas suas dimensões."
FERNANDO GRANATO, assessor de imprensa do
PSDB (São Paulo, SP)
Dossiê
"Na Folha de 28/9, o senador
Jorge Bornhausen pergunta de onde saiu o dinheiro para a compra do
dossiê anti-PSDB ("Queremos a
verdade!", "Tendências/Debates').
Mas faz tempo que o povo brasileiro quer resposta para a seguinte
pergunta: de onde saiu o dinheiro
usado para pagar deputados corruptos visando garantir a reeleição
de FHC?"
CESAR MARTINS CHAGAS (São Paulo, SP)
Voto
"Frei Betto, no artigo "Valoriza o
teu voto" (24/9), assume ares pastorais, à semelhança do apóstolo Paulo em suas "Cartas aos Tessalonicenses", não assumindo posição definida do ponto de vista partidário.
Ele se esquece de que foi assessor
de Lula. Preferiu falar sobre a importância do voto consciente e fundamentado.
Teria sido mais interessante e útil
ter falado sobre os motivos que o levaram a se afastar do convívio palaciano. Seria muito útil principalmente agora, diante de mais uma
eclosão de escândalo próximo ao
gabinete presidencial."
LUIZ OVANDO (Campo Grande, MS)
Liberalismo
"Saúdo o retorno de Otavio Frias
Filho às páginas do jornal, trazendo
à discussão questões relevantes.
Em sua crônica de 28/9 ("Suspense'), ele lamenta o não-pronunciamento dos candidatos à Presidência sobre a melhor política econômica para o país e prega a adoção do
liberalismo puro e duro.
A receita, porém, deve ser rejeitada. Não há exemplo de país que haja
revertido o processo de subdesenvolvimento, nos últimos 150 anos,
aplicando essa política. Entre 1930
e 1980, quando o liberalismo "foi relegado ao museu das velharias", o
Brasil passou da 50ª à 8ª posição no
mundo em termos de PIB. Hoje,
baixamos para o 17º lugar na escala
mundial.
A Argentina, na fase de liberalismo extremado, entre 1999 e 2002,
viu sua economia encolher 18%.
Hoje, apresenta o segundo maior
crescimento do mundo, atrás apenas da China."
FÁBIO KONDER COMPARATO, professor titular da
Faculdade de Direito da USP (São Paulo, SP)
Resposta do jornalista Otavio
Frias Filho - O texto comentado
não "prega a adoção do liberalismo puro e duro", mas registra
que nenhum dos atuais candidatos a presidente o faz.
Febem
"A notícia "Febem terá de pagar
R$ 100 mil por morte de interno"
(Cotidiano, 26/9) deveria servir de
alerta às autoridades que compactuam com torturas, maus-tratos e
outros tratamentos praticados na
Febem-SP. Já imaginou se todos os
internos pedirem indenizações?
Os candidatos ao governo do Estado, assim como os candidatos a
deputado estadual, deveriam apresentar alternativas concretas ao
modelo Febem.
Os eleitores devem lembrar que
os deputados estaduais também
têm responsabilidades de fiscalizar
a Febem e, caso não concordem
com as práticas de torturas e outros
tratamentos desumanos, poderiam
votar a favor do projeto de lei 877/
1999, que extingue a Fundação Febem e propõe um reordenamento
do atendimento dos adolescentes
infratores."
MAURO ALVES DA SILVA, Grupo de Trabalho pelo
Fechamento da Febem-SP (São Paulo, SP)
Aborto
"28 de setembro foi o Dia de Luta
pela Descriminalização do Aborto
na América Latina e no Caribe. A
data foi instituída na década de 90,
e a partir da constatação de que são
nessas regiões que o aborto é mais
criminalizado. Exatamente onde
estão concentrados os países considerados em desenvolvimento.
Na Argentina, as mulheres realizam uma campanha que tem como
lema "Educação sexual para decidir,
anticonceptivos para não abortar e
aborto legal para não morrer", que
define de maneira simples o que deve ser feito.
É oportuno o lançamento do caderno temático "Compromisso com
as Mulheres", citado no texto "Lula
elenca medidas para ampliar acesso
ao aborto, mas evita palavra" (Brasil, 28/9).
Bastam um pouco de vontade política e de respeito ao Estado laico
para que possamos dar um salto de
qualidade em relação aos direitos
reprodutivos das cidadãs e dos cidadãos brasileiros."
GILBERTA SOARES, secretária-executiva das
Jornadas pelo Direito ao Aborto Legal e Seguro
(João Pessoa, PB)
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