São Paulo, quinta-feira, 30 de setembro de 2010

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TENDÊNCIAS/DEBATES

Quero ser o governador da educação

ALOIZIO MERCADANTE


A minha eleição e a eleição da Dilma para presidente vão fazer o Estado avançar muito mais rápido, com a educação como prioridade absoluta

No próximo domingo, eu me coloco como opção aos paulistas para ser o governador de São Paulo por acreditar que estou preparado para enfrentar os muitos desafios do cargo. Segurança pública, saúde, transporte público, o abuso dos pedágios, habitação, são muitas as áreas em que precisamos trabalhar, suar a camisa e investir para melhorar a vida dos cidadãos.
Mas nenhum desafio me parece maior e mais estratégico do que melhorar a educação da rede pública estadual. Por isso, quero ser reconhecido como o governador da educação, por melhorar a qualidade do ensino público e dar oportunidades aos nossos jovens.
Um dos maiores erros da gestão do PSDB em São Paulo foi a adoção da aprovação automática em nossas escolas públicas.
Durante muitos anos, como professor e educador, participei de debates sobre progressão continuada, conceito generoso que poderia ser bem-sucedido se não tivesse sido desvirtuado. Transformar a progressão continuada em aprovação automática foi impor para ampla parcela dos alunos uma verdadeira regressão continuada.
A aprovação automática foi um arremedo de projeto educacional.
Em vez de educar com rigor nossas crianças e jovens, os governantes afrouxaram os controles para que ninguém repetisse de ano e, assim, não aumentasse a demanda por melhor educação. Combater a evasão escolar é muito importante, mas é fundamental também que o aluno estude e aprenda de verdade.
Por que a escola particular dá certo e a escola pública não? Salvo raras exceções, a escola pública tem servido para estatísticas e, muitas vezes, como "depósito" de alunos.
Anos atrás, quando a escola pública era mais rigorosa, as particulares tinham professores bem pagos e recursos, mas muitas tinham fama de "papai pagou, passei".
Com a queda da qualidade da escola pública, a situação mudou. Está na hora de o Estado retomar as rédeas da qualidade de ensino.
Vamos avaliar tanto o esforço de aprender quanto o aprendizado das crianças e jovens, criando alternativas para que corrijam o rumo escolar, com aulas de reforço e atividades extracurriculares.
Está na hora de implantarmos um pacto nacional pela educação: escola de educação infantil, de zero a seis anos, que inicie o processo de aprendizagem desde cedo; ensino fundamental sem aprovação automática, com avaliação permanente, aulas de reforço e ensino em tempo integral. O que vale também para o ensino médio, que tem que ter ensino profissionalizante.
Não podemos ser um grande país sem ensino público de qualidade.
Apesar da oposição do PSDB e do DEM, estamos lutando para que a maior parte dos recursos oriundos do pré-sal seja aplicada na educação. Isso permitirá ao Brasil ficar entre as cinco nações mais desenvolvidas e ricas do mundo.
Acredito que, se não dermos um salto na educação pública, poderemos desperdiçar essa riqueza.
Enfrentar esse desafio é uma de minhas motivações para ser governador de São Paulo. Nosso Estado é o que reúne as melhores condições de liderar este novo momento do Brasil e nosso futuro rumo à sociedade do conhecimento e inovação.
Infelizmente, nos últimos anos São Paulo tem sido conduzido por um partido que boicotou todas as iniciativas do governo federal, preferindo prejudicar a população a reconhecer as coisas boas que o Lula fez para São Paulo. Acredito que chegou a hora de colocar São Paulo no mesmo ritmo do Brasil.
A minha eleição e a eleição da Dilma para presidente vão fazer São Paulo avançar muito mais rápido, tendo a educação como prioridade absoluta.


ALOIZIO MERCADANTE, 56, economista e professor licenciado da PUC-SP e da Unicamp, é senador e candidato ao governo de São Paulo pelo PT.

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