São Paulo, quarta-feira, 30 de outubro de 2002

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VOTO ELETRÔNICO

É bastante positivo o balanço da utilização das urnas eletrônicas. Exceto por uma ou outra urna extraviada ou proveniente de local ermo, o método eletrônico de votação permite que se conheçam os resultados poucas horas depois do fechamento das seções eleitorais.
Para os que não recordam, vale lembrar que, antes das urnas eletrônicas, os trabalhos de apuração podiam se estender por mais de dez dias, sobretudo em pleitos complexos, com vários cargos majoritários e proporcionais em disputa. A votação eletrônica representa, portanto, um inegável avanço democrático que deve ser mantido e aprimorado.
Houve, é verdade, problemas, em especial no primeiro turno, quando se constatou a formação de longas filas em várias seções eleitorais. O fenômeno se explica principalmente pelo grande número de teclas (25) que era necessário digitar para completar a votação. Parte significativa da população não tem familiaridade com computadores e nem todos levaram consigo a sua "cola", conforme o TSE havia orientado.
Seja como for, a solução para esse problema é simples: basta aumentar o número de urnas por seção eleitoral ou criar mais seções, reduzindo o total de eleitores por urna. Com isso o fluxo de votação deverá melhorar, e as filas, desaparecer, como, aliás, se verificou no segundo turno.
O que o Congresso deverá decidir em breve é se manterá ou não a exigência de que, nos próximos pleitos, as urnas contenham mecanismo de impressão de votos. O ministro Nelson Jobim, do TSE, anunciou que vai recomendar a revogação do dispositivo legal. Jobim pode até estar tecnicamente certo ao afirmar que a impressão do voto não aumenta a segurança do sistema. Mas nem todo brasileiro é um especialista em microinformática. Se a urna eletrônica puder acrescentar à maior rapidez que já dá para o processo eleitoral também mais confiança para o cidadão na forma do voto impresso, melhor para a democracia.


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