São Paulo, sábado, 30 de outubro de 2004

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PAINEL DO LEITOR

Eleições
"Na carta "Eleições" ("Painel do Leitor", 29/10), a professora-doutora Ana Maria de Niemeyer Cesarino confunde os CEUs com política educacional. São Paulo não tem um plano municipal de educação e não fez o censo escolar para identificar e resgatar mais de 300 mil crianças que estão fora das escolas. Também não foram desativadas as famigeradas escolas de lata, onde 50 mil crianças são espremidas como sardinhas e sofrem com as variações do tempo. Os CEUs são extremamente caros porque foram construídos para ser centros comunitários, culturais e esportivos. O fato de abrigarem três escolas é simplesmente para "justificar" o desvio das verbas da educação."
Cremilda Estella Teixeira, presidente do Napa -Núcleo de Apoio a Pais e Alunos (São Paulo, SP)

 

"Não concordo com a afirmação de que a campanha de Marta Suplicy tenha abusado da agressividade e de que a de José Serra tenha sido mais propositiva. Acho que Marta deu a cara para bater e Serra fez pose de bom moço, enquanto seu marketing fazia o trabalho sujo. Devo ressaltar, como mãe de dois filhos, que considero maquiavélica a utilização de bonecos com apelo infantil em campanha eleitoral. Esse tipo de recurso desenvolve uma empatia com as crianças de uma forma falsa e apelativa."
Patrícia Ramos Tonello (São Paulo, SP)
 
"Discordo inteiramente dos termos do artigo da professora Maria Sylvia Carvalho Franco ("Marta: técnicas do corpo e atitudes da alma", pág. A3, 27/10). A prefeita Marta é, isto sim, uma excelente administradora, além de mulher valente que, por exemplo, teve coragem de enfrentar a calamitosa situação na qual se encontrava o setor de transporte."
Paula Beiguelman, professora emérita da USP (São Paulo, SP)

Visita a são Judas
"Diferentemente do que dá a entender o texto "Serra é convidado a se retirar de altar de igreja" (Eleições 2004, pág. Especial 2, 29/10), o candidato José Serra teve uma recepção calorosa por parte dos fiéis que lotavam a Igreja de São Judas Tadeu no dia 28. Prova disso foram os aplausos entusiasmados assim que foi anunciada a sua presença na igreja. Todos os que estivemos acompanhando o candidato pudemos testemunhar isso. Serra só se retirou do altar, local ao qual fora convidado pelo padre Juarez, que celebrava a missa, porque a movimentação de repórteres, cinegrafistas e fotógrafos, que se aglomeraram no altar e se recusavam a sair, iria tumultuar a cerimônia. José Serra assistiu à missa da sacristia e voltou ao altar para receber a bênção final a convite do padre Juarez. É lamentável que os leitores da Folha sejam privados de conhecer os fatos tais como ocorreram. Como tem acontecido em todos os locais onde esteve nesta campanha, Serra foi recebido na igreja com carinho, entusiasmo e respeito. O mesmo respeito, aliás, que o candidato demonstra pelas pessoas e pela cidade."
Romeu Tuma, senador -PFL-SP (Brasília, DF)

Maluf
"A Folha não publicou no texto "Maluf é acusado de passar US$ 1 mi à filha" (Brasil, pág A9, 29/10) a íntegra da nota enviada por esta assessoria. Foi omitido que a juíza Renata Okida mandou tarjar o processo, fato jurídico importante. A jornalista Lilian Christofoletti insinua no texto que obteve as informações que divulga justamente no processo que está na 4ª Vara da Fazenda Pública. Como é possível isso acontecer se há um despacho em que a juíza decide que tudo o que ali se encontra está sob segredo de Justiça? Pedimos, por isso, que o texto seja publicado tal como foi enviado: "A jornalista Lilian Christofoletti, da Folha, negou-se a exibir os documentos que diz estarem com ela e que envolveriam pessoa da família de Paulo Maluf. Obriga, assim, que a parte ofendida só tome conhecimento dos papéis no dia seguinte, através do jornal. A jornalista contraria assim o "Manual da Redação" do jornal em que trabalha, o qual assegura amplo direito de defesa às pessoas envolvidas nos textos publicados. Esse documento de que fala a repórter foi obtido então sabe-se lá se de que maneira criminosa, pois a juíza da 4ª Vara da Fazenda Pública, Renata Okida, onde o assunto é examinado, exarou no processo (pág. 11), judiciosamente, em 22/ 10/2004, a seguinte decisão: "Por fim observo que o processo deve tramitar sob segredo de Justiça (o grifo é da juíza) em virtude de determinados documentos que o instruem, os quais foram obtidos por meio de quebra de sigilos bancário e fiscal em ações cautelares antecedentes de seqüestro e exibição de documentos, bem como por aqueles encaminhados a este juízo em virtude da Cooperação Jurídica Internacional instituída com o Brasil. Tarje-se o feito". Paulo Maluf não tem e nunca teve conta no exterior". Como a jornalista se negou a mostrar a Paulo Maluf o texto que disse estar em suas mãos, reproduzido no jornal, de forma que não fosse possível identificar sua procedência, Lilian Christofoletti será processada nas áreas cível e criminal por Paulo Maluf."
Adilson Laranjeira, assessor de imprensa de Paulo Maluf (São Paulo, SP)

Pesquisa
"Parabenizo o juiz eleitoral D'Artagnan Serpa Sá pela coragem de vetar a divulgação de pesquisa eleitoral na capital do PR ("Juiz veta divulgação de pesquisa na capital do PR", Eleições 2004, 28/10). Os meios de comunicação não deveriam publicar essas pesquisas, que servem mais de indução do que de informação."
Olímpio Rudinin Vissoto Leite (Santos, SP)

Servidor
"No Dia do Servidor Público, 28/10, o governador Alckmin publica na Folha inverdades a respeito de importantes questões que dizem respeito ao funcionalismo estadual ("Um novo serviço público", "Tendências/Debates", pág. A3). Temos algumas contestações a fazer: 1º - ('mesmo descontada a inflação do período, os gastos com pessoal cresceram 136% entre 1994 e 2003'). Tal afirmativa leva a crer que nós, servidores, temos tido aumentos elevadíssimos, o que é falso. Os reajustes, diferentes para as diversas categorias, demoram tanto a ser concedidos que, quando vêm, nem sequer repõem as perdas. Os servidores, com a redução do poder de compra, têm-se endividado e se desesperado para cumprir compromissos; 2º - Alckmin usa os termos "bônus e aumento salarial" como se fossem a mesma coisa. Será que desconhece que aumento é incorporado aos vencimentos enquanto bônus, concessão temporária, está sujeito a condições? O bônus-educação, que, segundo ele, premia "os funcionários (...) que demonstraram maior comprometimento com a educação pública", na verdade é só uma forma de destinar os recursos vinculados, que, por disposição constitucional, devem ser aportados às escolas. O bônus é negado a quem participa de paralisações visando à conquista de salários dignos. Professor respeitado e motivado é benefício para o ensino; 3º - ('o governo investe para melhorar o Hospital do Servidor Público Estadual'). Nós, os servidores deste Estado, somos os únicos financiadores do Instituto de Assistência Médica do Servidor Público Estadual -Iamspe. Os recursos para o Hospital do Servidor e demais organismos do Iamspe provêm unicamente do desconto de 2% que é feito compulsória e mensalmente em nossos salários. Jamais houve a contrapartida do Estado no financiamento da saúde de seu quadro funcional, antiga reivindicação de nossa categoria. Solicitamos uma única coisa: respeito."
Joalve Vasconcelos dos Santos, secretário-geral da Federação dos Sindicatos dos Servidores Públicos do Estado de São Paulo e João Bosco da Silva, presidente do Sindicato dos Servidores do Poder Legislativo do Estado de São Paulo (São Paulo, SP)


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