São Paulo, terça, 30 de dezembro de 1997.



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Espertinhos e espertalhões

ELIANE CANTANHÊDE

Brasília - A última pesquisa Datafolha nos Estados traz novidades e acena com boa dose de emoção em 1998. Uns candidatos sobem, outros descem. As verdades de antes não são as de hoje. Logo, podem não ser as de amanhã.
Apesar do jeitão de bobo, o mineirinho Eduardo Azeredo está livrando a cara do PSDB no principal triângulo econômico e político do país. Covas vai mal em São Paulo, e Alencar, no Rio. Azeredo, ao contrário, bate Itamar, um ex-presidente, Newtão, um ex-governador, e Hélio Costa, um eterno candidato.
Tinha-se como líquido e certo que o PT dava um banho no Rio Grande do Sul. Para surpresa geral, Britto (mistura de PMDB com PSDB) está tecnicamente empatado com Tarso Genro ou com Olívio Dutra.
Jaime Lerner ganhou o troféu "queridinho do ano", de tão disputado pelos partidos até aderir ao PFL. Nem por isso escapou de um rigoroso empate (35% a 35%) com o tucano Álvaro Dias, sem mandato e há anos fora do governo no Paraná.
Marta Suplicy é a estrela de São Paulo. Fica encostada em Covas, bate os demais tucanos e petistas. Atrai os votos naturais do PT, colando sua imagem à do partido. Motiva os jovens e os de maior escolaridade, equilibrando o apoio de homens e mulheres (8% a 11%). Se for candidata, pode não ganhar, mas deve fazer bonito.
O Rio é o Rio. Anthony Garotinho (PDT) está na dianteira, mas ainda é cedo para qualquer conclusão no Estado das reviravoltas de última hora. Afinal, Sandra Cavalcanti, Cidinha Campos, Miro Teixeira e Benedita da Silva também já foram imbatíveis nas pesquisas e acabaram todos derrotados nas urnas.
O fenômeno Garotinho (ou "cara de queijo", segundo Marcello Alencar) pode se justificar com a queda de prestígio do prefeito Conde. Isso pode causar um certo abalo na popularidade de Cesar Maia (PFL), antes fortíssima. Maia, entretanto, continua no páreo.
E o efeito Pitta sobre Maluf? Nesse caso, não há. Sujeito a chuvas de frango e trovoadas de precatórios, Maluf parece protegido por uma redoma indevassável. Tal como FHC, tem primeiro lugar cativo nas pesquisas.



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