São Paulo, domingo, 31 de janeiro de 2010

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PAINEL DO LEITOR

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Igreja
"É com desgosto que recebo o texto de Francesco Scavolini "Os enganos da cúpula da CNBB" (Opinião, 29/1). Mas não é em sua intenção primeira -construir uma crítica à postura vacilante da cúpula da CNBB sobre o programa de direitos humanos do governo Lula- que o texto me causa dissabores. O que realmente me assusta são os argumentos acessórios e complementares de que Scavolini faz uso.
Logo de início, o autor sugere uma capciosa igualdade entre as práticas do aborto e do homicídio. Ora, se aborto e homicídio são coisas cambiáveis entre si, então a esmagadora maioria dos países que apresentam alto nível de desenvolvimento humano (incluindo aí a própria Itália, que legalizou o aborto em 1978) estão promovendo um verdadeiro "retorno à barbárie". Uma contradição em termos.
Tentando satanizar o assunto, Scavolini nos leva de volta a 1933 e à ascensão de Hitler como um episódio digno de comparação com o Brasil de 2010. Não vale a pena aqui insistir no fato de que foi exatamente a Igreja Católica quem manteve relações amistosas com o nazismo e, principalmente, com a sua versão italiana, o fascismo. O importante mesmo é ressaltar quão marcadamente "jurássico" é o entendimento que o autor aqui em questão tem sobre como devem se dar as relações entre o Estado brasileiro e a igreja."
PEDRO ERNESTO RODRIGUES MAÇARANDUBA (Goiânia, GO)

 

"Admirável a firmeza que o dr. Francesco Scavolini demonstra em seu artigo. De fato, na questão do aborto -matar uma criança inocente e indefesa no ventre de sua própria mãe- não dá para contemporizar em relação a quem quer que seja. O verdadeiro católico apostólico romano é radicalmente contra o aborto provocado e ponto final."
MARISA STUCCHI (Ribeirão Preto, SP)

 

"Quando o sr. Francesco Scavolini põe entre aspas a palavra "casamento", na expressão "casamento homossexual", ele está colocando entre aspas a cidadania de inúmeros homens e mulheres honrados que pagam suas contas, cumprem suas obrigações e contribuem para o bem-estar da sociedade. Tenho 36 anos e posso dizer que há mais de duas décadas espero o momento de ver dispensado a mim e a outras pessoas homossexuais um tratamento igualitário por parte do Estado. Por esta razão, é constrangedor ler, em 2010, um artigo em que o autor afirme que o meu casamento contribui para "destruir os valores fundamentais da sociedade civil". Um ataque tão virulento, entretanto, não anula a realidade: nós existimos e nossos casamentos existem. Cumprimos nossos deveres e exigimos nossos direitos."
LUCIENE COSTA DE CASTRO (Niterói, RJ)

Formigas
"Quando li no caderno Ciência (30/1) a reportagem "Formigas doentes preferem ir morrer na solidão", quase caí de costas, pois o autor falou exatamente de um assunto que estava me intrigando há dias! É que presenciei, e até fotografei, uma cena inusitada, aqui, em meu quintal: uma formiguinha pequenina carregando uma outra, enorme, que deveria ser a rainha, levando-a para bem longe. Tropeçava, derrubava sua carga preciosa, levantava-se e prosseguia seu caminho, com a outra em suas costas. Eu achava que ela estava conduzindo a rainha para o cemitério das formigas. Após o artigo de Ricardo Mioto, entendi o que aconteceu naquele dia: a formiguinha estava levando uma moribunda para bem longe do formigueiro, pois deveria estar com alguma doença, o que colocaria todo o grupo de formigas em perigo. Nota dez para a Folha."
ANTONIA TAVARES DE SOUZA RODRIGUES (Vinhedo, SP)

Vestibular
"O descaso do MEC com a primeira tentativa de vestibular unificado é gigantesco. Segundo o ministério, seriam possíveis 200 mil acessos simultâneos, porém, da tarde de anteontem até 9h de ontem, eu e minha filha tentamos mais de cem vezes, sem conseguir efetuar a inscrição. Aliás, somente 45 mil conseguiram. A falha na aplicação do Enem não pode ser totalmente atribuída ao MEC, mas agora sua reponsabilidade é total e intransferível. Além da enorme dificuldade, somos chamados continuamente de imbecis. Uma mensagem nos diz que o código de acesso foi digitado erroneamente. Fui alfabetizado na década de 60, sem promoção automática, e sei perfeitamente copiar quatro dígitos alfanuméricos."
CLAUDIO CONDE FERNANDES (São Carlos, SP)

Roupas
"Reportagem do caderno Vitrine de 30/1 comenta a falta de números grandes em lojas caras da Oscar Freire. Mas nas populares a consumidora mais "cheinha" também tem problema em encontrar tamanhos grandes -achar 46 e 48 ainda se acha, número maior é muito difícil. Nos Estados Unidos há tamanhos pequeno, médio e grande e ainda extragrande, duas vezes grande e três vezes grande em todas as lojas populares. Na Europa também, e ainda se compra por catálogo, sem ir às lojas, pois há diferença até no comprimento das calças e das mangas, que a gente pode escolher, além da possibilidade de devolver a custo zero, se não servir -é só colocar de volta no correio com a mesma embalagem em que o pedido chegou. Primeiro Mundo é isso aí!"
PEROLA SOARES ZAMBRANA (São Paulo, SP)

Quadrinhos
"Exceto o Níquel Náusea, sempre inspirado, original e divertido, os quadrinhos da Folha andam sofrendo de uma depressão coletiva gravíssima. Será preguiça criativa? Falta de imaginação? Autoindulgência? O fato é que os cartunistas estão usando o espaço para externar aos leitores suas questões íntimas relativas a sexualidade, escatologia, ódios, vazios existenciais e outros temas subjetivos e complexos mais adequados a um divã.
Ora, o que nós temos com isso?"
FERNANDO FABBRINI (Belo Horizonte, MG)

Professores
"Lamento discordar do leitor Joaquim Felix ("Painel do Leitor", 29/1) quando ele insinuou que a prova do concurso de professores foi difícil. Sou aluno do ensino médio e acertei cerca de 70% das questões de física e 80% das de matemática. Foi uma prova que não exigiu nenhum preparo especial, só testou conhecimentos básicos dos docentes. É lamentável que o conhecimento de alguns professores seja inferior ao de muitos alunos."
CESAR FORATTINI (São Paulo, SP)

Lipoaspiração
"Uma vez mais a mídia dá enorme ênfase a uma morte em lipoaspiração, desta vez em Brasília. Entretanto nem a mídia, os delegados ou os promotores enfatizam ou tomam providências acerca da negligência das altas autoridades, as quais permitem o caos nos hospitais públicos Brasil afora, quando doentes graves e idosos ficam jogados em macas nos corredores."
HEITOR VIANNA P. FILHO (Araruama, RJ)

Bolsa
"Com a significativa saída de investidores estrangeiros da Bovespa, provocando uma sensível queda das ações e uma alta do dólar, é de se perguntar se o governo terá a mesma rapidez em retirar o IOF com que o implementou no ano passado. Essa taxação, numa área em que as empresas procuram recursos para seus investimentos, irá afetar não só as intenções da Petrobras de se capitalizar, mas também as de muitas outras empresas nacionais."
ANTONIO JULIO AMARO (São Caetano do Sul, SP)

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