São Paulo, quarta-feira, 31 de março de 2004

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PAINEL DO LEITOR

Contrato
"Ao contrário do que informou a Folha na reportagem "Governo tucano dispensa licitação" (Brasil, 15/3), o governo de Rondônia não paga R$ 29,00 por refeição servida na rede hospitalar pública e os custos apresentados se referem a 12, e não a seis meses, como foi erroneamente reportado. A Folha ainda comete equívocos ao considerar que três refeições diárias são servidas aos pacientes, quando na verdade são cinco, e por desconsiderar as servidas para acompanhantes e plantonistas. É um desjejum, almoço, dois lanches e jantar. Além disso, há ainda os pacientes que recebem alimentação especial (sondas e mamadeiras), implicando custos maiores. Os valores de cada refeição conforme contrato e nota fiscal de empresa prestadora de serviço são: almoço e jantar a R$ 6,43, mamadas a R$ 4,90, lanches e desjejum a R$ 3,70 e sondas a R$ 21,70. O governo também contesta a comparação dos custos de refeição dos pacientes com os apenados do presídio Urso Branco, na capital. São situações diferentes. Nos hospitais, os valores pagos variam conforme o tratamento, específico em cada caso. Em relação à dispensa de licitação, ela ocorreu em razão de o Tribunal de Contas ter suspendido o processo para correções do projeto básico. Como se trata de um serviço que não pode sofrer descontinuidade, foi realizado contrato emergencial até que se efetive a nova concorrência pública."
Ivo Cassol, governador de Rondônia (Porto Velho, RO)

Resposta do jornalista Tiago Ornaghi -
A validade do contrato (por seis meses) foi confirmada pelo secretário da Saúde de Rondônia, Miguel Sena Filho. O valor de cada refeição (cerca de R$ 29) foi calculado pela reportagem com base na informação de que eram três refeições diárias para um total de 678 pacientes, ainda segundo Sena Filho. Sobre a dispensa de licitação, o secretário alegou "caráter emergencial", conforme constava do texto.

A Constituição
"Considerando as declarações do presidente Lula de que "não tem os poderes de Deus para fazer milagres", mas somente uma Constituição para cumprir, e tendo em vista que a grande maioria da população brasileira vem se mostrando descontente com a atual política econômica (que só favorece o capital especulativo) e pedindo sua mudança imediata, gostaria de lembrar ao governo federal o texto que está disposto no parágrafo único do art. 1º da Carta Magna: "Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente". Então, é necessário que seja cumprida a Constituição."
Hugo Frederico Vieira Neves (Florianópolis, SC)

Rigor
"Votei no Lula e, assim como milhões de brasileiros, também gostaria de ver mudanças na política econômica e um combate sem trégua à corrupção. Entretanto percebo que este periódico se empenha em conseguir apenas entrevistas e reportagens negativas a atual administração. Se a imprensa tivesse usado o mesmo "rigor jornalístico" com o governo do PSDB, o principal responsável pela atual crise econômica e social, possivelmente o Brasil não tivesse chegado ao ponto em que chegou."
Airton Donizete de Goes (São Paulo, SP)

Engano publicitário
"O esperto é apanhado com a mão na botija e se desculpa dizendo que a repreensão pública o ajudará a aperfeiçoar seu comportamento. Atribui seu ato de esperteza a um deslize venial, um ingênuo erro humano desses que nossa bondade paterna é capaz de perdoar. É a boca torta da enganação insistindo no vício de enganar. É demais supor que um profissional com a experiência, a vivência e a "espertência" de um Duda Mendonça se engane assim. Que ele e sua equipe não estejam "aperfeiçoados" ainda o suficiente para distinguir o que é correto e o que é enganoso na escolha de textos ou de imagens para a produção de uma peça publicitária. Ele cometeu um erro e diz que aceita o corretivo dizendo que vai melhorar. É a boca torta do engano, que, ao se desculpar por outro engano, insiste em nos enganar ao se desculpar."
Sérgio Augusto de Castro (São Paulo, SP)

Pesquisa
"Útil e louvável a pesquisa Datafolha sobre a avaliação da Prefeitura de São Paulo e o próximo pleito eleitoral. Os resultados devem servir para uma avaliação séria sobre o estado da opinião pública neste momento. Apenas uma questão, sem dúvida menor, merece esclarecimentos e levanta interrogações: qual é a razão que levou o Datafolha a pesquisar um candidato que publicamente declarou que não disputaria a eleição, no caso José Serra, e ignorou a candidatura de Michel Temer, publicamente anunciada pelo PMDB? Por que em nenhum cenário o nome do candidato do PMDB foi pesquisado? A pesquisa incluindo o nome de Michel Temer provocaria alguma modificação nos resultados anunciados?"
Ítalo Cardoso, deputado estadual e presidente do Diretório Municipal do PT-SP (São Paulo, SP)

Nota da Redação - Os cenários foram pesquisados com base em critérios jornalísticos. As candidaturas ainda não foram oficializadas em convenções partidárias e ainda há muitas incógnitas. Existe também uma limitação de ordem técnica para o número de cenários investigados, o que gera a exclusão de alguns possíveis pré-candidatos.

Futuro sombrio
"A reportagem "Projetos suspensos" (Sinapse, 30/3) vem comprovar a realidade de um país que vive somente do discurso. Um país que fala em desenvolvimento antes de mais nada tem que incentivar a pesquisa acadêmica e fortalecer as instituições que a produzem, que são as universidades públicas. Sem produção acadêmica, um país está fadado a se marginalizar, pois o mundo contemporâneo está dividido em quem vende tecnologia e quem a compra. Sem pesquisa acadêmica, não podemos ter tecnologia."
José Carlos Miceli (Curitiba, PR)

Esclarecimento
"Com respeito à reportagem "Outras administrações do PT são acusadas de favorecer empresas" (Brasil, 28/3, pág. A8), a Prefeitura Municipal de São Carlos faz as seguintes considerações: 1) A denúncia do vereador de oposição não tem fundamento, uma vez que a empresa Sinalronda sagrou-se vencedora de três processos de licitação, nos quais concorreu com diversas outras empresas e firmou com a Prefeitura de São Carlos três contratos para fornecimento de materiais de sinalização urbana. Ou seja, a referida empresa não forneceu serviços relacionados à fiscalização de trânsito, implantação de radar ou similar, a justificar a ilação de que tenha participado da imaginosa indústria da multa."
Carlos Alberto Ferreira Martins, secretário municipal de Governo (São Carlos, SP)

Meteorologia
"Causa espécie a bizantina, para não dizer idiota, discussão, até mesmo internacional, entre os meteorologistas e climatologistas (com todo o respeito aos dignos cientistas) a respeito da classificação a ser dada ao desastre que atingiu nosso país: furacão, ciclone (tropical ou extratropical!), tufão, tornado, tempestade etc. De que servirá, para todos os fins, a identificação do fenômeno? Teria sido útil para os catarinenses saberem com precisão se a catástrofe foi um furacão ou um ciclone extratropical?"
Rubem Prado Hoffmann Jr. (São Paulo, SP)

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