São Paulo, Quarta-feira, 31 de Março de 1999
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PAINEL DO LEITOR


Paraguai

"Colaborar com a democracia no Cone Sul implica colocar avião da FAB à disposição de presidentes demitidos? À custa do dinheiro dos contribuintes?
Pretendo efetuar viagem ao exterior em breve e me sinto no direito de obter, do governo, em iguais condições, disponibilidade em avião para tanto!"
Cesar Luiz da Silva Pereira (Curitiba, PR)

"Só uma palavra descreve meu sentimento quanto ao asilo político concedido pelo Brasil ao ex-presidente paraguaio Raúl Cubas: vergonha.
Como é que um país como o nosso, atormentado historicamente por ditaduras e políticos inescrupulosos, dá guarida a um criminoso como esse?
Acho que nossos poderosos do Itamaraty esqueceram a verdadeira noção da democracia ao deixarem um homem que feriu uma Constituição (símbolo máximo de uma República democrática) sair impune depois de toda essa confusão!
Eu só gostaria de ver se o sistema funcionaria da mesma maneira com um homem como Fidel Castro."
Leonardo Vieira Marins (Niterói, RJ)

"Acompanhando a crise vivida pelo povo paraguaio, podemos sentir o seguinte: na hora de "quebrar o pau" pela democracia e obrigar o governo a tomar atitudes, a população que vai à frente, verdadeira bucha de canhão, é aquela com cara de índio, mestiço etc.
Mas, na hora de assumir os cargos, essas mesmas caras guaranis desaparecem para dar lugar àqueles com fisionomia de europeu, os descendentes de espanhóis.
Lá, como no resto do continente, sempre a miséria tem cara de índio e o poder, a cara de europeu."
Laércio Zanini (Garça, SP)

Renúncia, não

"Em 29/3, foram vistos na TV partidos políticos falando, quase pedindo para que o presidente renuncie. Quero deixar claro que não sou a favor nem contra o governo, mas essa atitude não seria a mais correta a ser tomada.
Mesmo ele saindo da Presidência, o Senado não mudaria, o Congresso também não. E, caso o presidente tenha alguma culpa na situação pela qual o país passa, Senado e Congresso possuem certa culpa também.
Porém, a maior culpa é da educação. Pesquisas feitas pelo IBGE e reveladas pela Folha mostram que "em cada grupo de 3 eleitores brasileiros que votaram nas eleições de 98, 2 são analfabetos, sabem apenas soletrar o nome ou não completaram o antigo 1º grau".
Como podemos esperar que uma população assim educada saiba como escolher seu representante?"
Thiago Miranda (Araras, SP)

Comemoração

"Há 35 anos, os que divergiam do governo provocaram a reação militar que à época foi intitulada de revolução.
Hoje, todos, exatamente todos, estão no poder. Daí a conclusão: mudaram-se as moscas ...
Como será que os donos do poder vão comemorar o 31 de Março? Caviar e champanhe, como no exílio, ou nos palácios?
Êta povinho porreta!"
Neson Jaroslavsky (São José do Rio Preto, SP)

Acusação infundada

"Se há uma acusação que não deve ser imputada ao sr. Silvio Rocha, essa se refere ao episódio citado pela Folha em 14/3 e 28/3: "Rocha exigiu que diretores da Cohab subissem ao terceiro andar de um dos prédios ocupados. No meio da discussão, ameaçou um deles: vou jogá-lo para fora".
Na ocasião, eu, como chefe de gabinete da Cohab, subi ao último pavimento, livremente e sem coação, com a convicção de que faria uma negociação pacífica para a retirada dos ocupantes, evitando, assim, danos à integridade física de todos.
O sr. Silvio Rocha naquela hora nem sequer encontrava-se naquele local, somente aparecendo mais tarde, já no telhado. Em nenhum momento ameaçou me jogar lá de cima. Praticaria, se o fizesse, um crime a ser registrado por toda a imprensa ali presente.
Entretanto, o que não se pode esquecer e que deve ser imputado a ele e àquele inescrupuloso que financiou a "Brasília vermelha" foi o grande mal causado à administração pública, pois todos os edifícios invadidos sofreram toda sorte de depredações, furtos, saques e vandalismos, atrasando a entrega dos conjuntos habitacionais por vários anos."
Segismundo Bruno, ex-chefe de gabinete e ex-diretor comercial e social da Cohab na administração Luiza Erundina (São Paulo, SP)

Revolta

"Enojada com tanta sujeira na política da cidade de São Paulo, nada mais revoltante que deparar com essa tara do ex-prefeito Paulo Maluf por crianças.
Espero que a Folha não deixe cair no esquecimento esse fato lamentável. E não acreditaremos na recusa da mãe pelo exame de DNA, que claramente já se articula."
Marcia Correa (Campinas, SP)

Leitura desagradável

"É intolerável o espaço que a Folha frequentemente abre para que o sr. Antenor Braido, secretário de Comunicação da Prefeitura de São Paulo, possa disparar seus ataques e ofensas contra jornalistas e contra o bom senso dos demais cidadãos paulistanos.
Que seja reservado o sagrado direito de resposta, quando devido, mas poupem-nos pelo menos dessa leitura desagradável no "Painel do Leitor".
Pela renúncia ou pelo impeachment, aproveite seus últimos segundos de fama, sr. Braido, antes que descanse no ostracismo com o seu chefe."
Ana Maria Soares Coelho (São Paulo, SP)

Hora de acordar

"É simplesmente inacreditável! Foi necessário o Banco Central anunciar o prejuízo ocorrido em janeiro e fevereiro para que ficasse explicado o lucro absurdo ocorrido em janeiro com a banca instalada no país.
E o pior: nenhum "jornalista-economista formador de opinião" tocou no assunto lesa-pátria.
Acordem: é a famosa lei da compensação: se alguns (bancos) ganham muito, é lógico e matematicamente evidente que muitos (a nação) perdem o equivalente.
Agora, o próprio Banco Central esclarecer é o fim do mundo. E não tem responsável por essa sangria?"
José Lopes Vazquez (Campinas, SP)

Saldo credor

"O governo anuncia novo aumento nos combustíveis, alegando resíduo da desvalorização do real. Por que nunca nos foi repassada a queda de preço do petróleo no mercado internacional? E se o real se recuperar, haverá redução?"
Fabrício Samahá (Pindamonhangaba, SP)

Insubordinação premiada

"Cumprindo promessa de campanha, o governador Itamar Franco acaba de enviar à Assembléia Legislativa projeto de lei propondo a concessão de ampla anistia aos integrantes da Polícia Militar que se envolveram em atos de insubordinação quando do "amotinamento" ocorrido em junho de 1997.
Propondo a anistia e a imediata reforma integral dos militares insurgentes, punidos com a exclusão dos quadros da PM, o governador Itamar Franco está oferecendo um prêmio à insubordinação, com graves e negativos reflexos no âmbito interno da instituição que, a bem da verdade, não pode transigir com a quebra da hierarquia e muito menos com a desobediência, tão comprometidas quando da eclosão daquele inusitado movimento grevista."
Wandir Pinto Bandeira (Belo Horizonte, MG)


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