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Editoriais
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Gravidez na adolescência
O NÚMERO de adolescentes
que têm uma segunda gravidez caiu praticamente à
metade em dez anos no Estado
de São Paulo. O resultado é um
estímulo importante às políticas
de prevenção voltadas a essa faixa etária. No mesmo período, a
taxa de primeira gravidez na
adolescência também teve queda (34%), segundo a Secretaria
de Estado da Saúde, com dados
da Fundação Seade. Ainda assim,
foram 96.556 meninas grávidas.
No Brasil, o número de partos
realizados em meninas de 10 a 19
anos acompanha o decréscimo
paulista, embora em ritmo menor: 26,7% de 1997 a 2007.
Evitar a gravidez e, mais ainda,
sua repetição nesse grupo específico fortalecerá as perspectivas
de futuro das jovens, que, ao se
tornarem mães, frequentemente
têm de deixar os estudos. Passam
por transformações físicas e psicológicas para as quais não estão
preparadas e muitas vezes são
abandonadas pelo pai do bebê.
A equação pode resultar, além
disso, em prejuízo para a criança
e a família. É comum avós se responsabilizarem integralmente
pelos netos, em teias familiares
que se ampliam em desacordo
com os recursos materiais e psicológicos para sustentá-las.
O que mais preocupa é a gravidez no início da puberdade, entre 10 e 14 anos. A ocorrência
desses casos, que caía, estabilizou-se. É preciso perseguir sua
redução de modo especialmente
enérgico, já que parte significativa dessas gestações decorrem de
abuso sexual. Maior integração e
agilidade entre polícia, Justiça e
autoridades de saúde poderia
contribuir para esse objetivo.
O caminho trilhado por São
Paulo, que inclui terapia e distribuição de anticoncepcionais e
preservativos, é um bom começo. A busca de um diálogo eficaz
com os jovens não deve esmorecer. Ainda há bastante margem
para reduzir a incidência de gravidez na adolescência e seus efeitos dramáticos nas famílias.
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