São Paulo, segunda-feira, 31 de maio de 2010

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Editoriais

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Incertezas

Sinais de otimismo em relação ao crescimento global vinham surgindo nos últimos meses. Nos EUA, desde o início do ano, aumentaram os empregos -e a renda e o consumo se reanimaram. Na Europa, algumas regiões retomaram a atividade econômica com altos índices de produção.
Por sua vez, os países em desenvolvimento confirmaram sua dinâmica de crescimento, com forte geração de vagas e aumento de consumo. Em muitos deles a ameaça inflacionária já aparecia, demandando ações restritivas das autoridades. China, Brasil e Índia, por exemplo, iniciaram em maior ou menor grau um ciclo de aperto fiscal e monetário para evitar o superaquecimento.
Mas a piora da situação na Europa trouxe novas incertezas. A necessidade de ajustes foi antecipada -e as perspectivas de contração de crédito e de contágio financeiro se apresentaram subitamente. Não se sabe até que ponto essa realidade afetará a ainda frágil confiança empresarial.
Com a memória fresca sobre o poder destrutivo de uma crise de crédito, os governos têm reagido de maneira satisfatória. Na Europa e nos EUA, apressaram-se em diminuir o tom agressivo que vinham adotando na regulação financeira. Na China já se apresenta a possibilidade de um adiamento da alta de juros e da tão esperada valorização do câmbio. E o esforço de coordenação internacional deve ganhar novo ímpeto, tendo em vista a proximidade da reunião do G20, que ocorrerá no fim de junho.
Não se sabe ainda que reflexos tudo isso terá sobre a economia brasileira. Depois do aquecimento do primeiro trimestre, seria natural que se verificasse alguma desaceleração -como, aliás, já se observou em alguns indicadores.
As dúvidas não afastam os riscos de alta da inflação, mas é possível que o Banco Central precise recalibrar suas próximas decisões à luz desses novos eventos.


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