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Editoriais
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Incertezas
Sinais de otimismo em relação
ao crescimento global vinham
surgindo nos últimos meses. Nos
EUA, desde o início do ano, aumentaram os empregos -e a renda e o consumo se reanimaram.
Na Europa, algumas regiões retomaram a atividade econômica
com altos índices de produção.
Por sua vez, os países em desenvolvimento confirmaram sua dinâmica de crescimento, com forte
geração de vagas e aumento de
consumo. Em muitos deles a
ameaça inflacionária já aparecia,
demandando ações restritivas das
autoridades. China, Brasil e Índia,
por exemplo, iniciaram em maior
ou menor grau um ciclo de aperto
fiscal e monetário para evitar o superaquecimento.
Mas a piora da situação na Europa trouxe novas incertezas. A
necessidade de ajustes foi antecipada -e as perspectivas de contração de crédito e de contágio financeiro se apresentaram subitamente. Não se sabe até que ponto
essa realidade afetará a ainda frágil confiança empresarial.
Com a memória fresca sobre o
poder destrutivo de uma crise de
crédito, os governos têm reagido
de maneira satisfatória. Na Europa e nos EUA, apressaram-se em
diminuir o tom agressivo que vinham adotando na regulação financeira. Na China já se apresenta
a possibilidade de um adiamento
da alta de juros e da tão esperada
valorização do câmbio. E o esforço
de coordenação internacional deve ganhar novo ímpeto, tendo em
vista a proximidade da reunião do
G20, que ocorrerá no fim de junho.
Não se sabe ainda que reflexos
tudo isso terá sobre a economia
brasileira. Depois do aquecimento
do primeiro trimestre, seria natural que se verificasse alguma desaceleração -como, aliás, já se observou em alguns indicadores.
As dúvidas não afastam os riscos de alta da inflação, mas é possível que o Banco Central precise
recalibrar suas próximas decisões
à luz desses novos eventos.
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