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CORRUPÇÃO NA DERSA
O Tribunal de Contas do Estado
voltou a apontar irregularidades nos
contratos firmados entre a empresa
Power Serviços de Vigilância, que
pertence a um velho amigo do governador Mário Covas, e um órgão estadual -dessa vez, a Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S.A.).
Causa estranheza a persistência
desses episódios numa gestão que é
tida como idônea. No caso da Dersa,
teria havido superfaturamento da ordem de 157%, conjugado com a falsificação de documentos. Registre-se,
a favor do governador, que a própria
Dersa detectou a ilegalidade numa
sindicância e moveu uma ação ordinária de cobrança contra a Power para cobrir o prejuízo.
Entretanto, desde a posse de Covas,
em 1995, a Power e a Tejofran, do
mesmo empresário, conseguiram
sucessivos contratos de prestação de
serviços. Apenas em 1997, o Tribunal
de Contas do Estado constatou irregularidades em nada menos que sete
desses contratos, num valor total de
cerca de R$ 44 milhões.
No início deste mês, surgiram outros fatos estranhos. Soube-se que a
empreiteira Construtécnica, a principal doadora da campanha de Covas
em 1998, executou as seis maiores
obras do Estado na área cultural, por
vezes driblando impedimentos dos
editais, como a participação de firmas concordatárias, ou obtendo
obras sem licitação.
Cada vez que essas revelações
emergem, o governador justificadamente se aborrece. Entretanto, em
vez de silenciar quando proliferam
suspeitas e acusações, é melhor que
as autoridades envolvidas venham a
público a fim de provar que as denúncias não passam de maledicência inaceitável. É o que se espera que venha a
ocorrer nesse caso.
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