São Paulo, domingo, 31 de dezembro de 2006

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PAINEL DO LEITOR

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Saddam
"A execução de Saddam Hussein deve servir de lição para os que pretendem ser ditadores. Eles só poderão matar à vontade, protegidos pelos americanos, enquanto forem obedientes. Quando pensarem que são independentes e começarem a incomodar os seus protetores, acabarão mal.
Por que Saddam não foi caçado e executado quando praticou os crimes? Por restrição à interferência em assuntos internos de outros países? E os seus protetores não deveriam também ser réus?"
CARLOS BRISOLA MARCONDES (Florianópolis, SC)

"A captura de Saddam Hussein em 13 de dezembro de 2003 foi festejadíssima pela Casa Branca e saudada pelo presidente Bush em orgulhoso discurso pela televisão. Porém a execução de Saddam não trouxe o mesmo sentimento de júbilo. Por que será?
Seria por que Bush, com sua invasão injustificável do Iraque, colocou americanos e aliados em um atoleiro que se desenha mais terrível que o do Vietnã?
Depois de não encontradas as armas de destruição em massa, "motivo da guerra", restava muito pouco para Bush justificar suas atitudes no Iraque. A morte de Saddam seria seu "último cartucho", mas falhou. Nada muda com a execução de Saddam."
MÁRCIO ASSAD (Lapa, PR)

"Durante anos, um grande aliado do Ocidente. Durante anos, o guardião dos interesses dos EUA no mundo árabe. E, rapidamente, Tio Sam se livra dele...
Os aliados dos americanos que se cuidem. Amanhã, nunca se sabe, pode ser o seu dia.
Marionetes, os dirigentes dos países ocupados dançam a pavana conforme a música tocada em Washington. Vejam só a Etiópia, quem diria? E Israel pula quando Washington chia."
ADALBERTO CAPELLI (São Paulo, SP)

"Excelente o editorial em que a Folha se posiciona contra o tribunal e o resultado do julgamento de Saddam Hussein ("Em guerra com o passado", Opinião, 28/12).
A chance de o povo iraquiano passar a limpo o seu passado e superar suas grandes diferenças étnicas e religiosas está quase perdida, na mesma medida em que o simulacro de democracia que os EUA pretendem exportar para o Oriente é uma farsa hipócrita que objetiva grandes negócios com petróleo e com a reconstrução daquela terra arrasada.
Um tribunal da ONU deveria tê-lo julgado por seus inúmeros e bárbaros crimes. Do modo como foi feita, a morte de Saddam foi apenas mais uma morte de um iraquiano."
JOSÉ CARLOS CARNEVALE (São Paulo, SP)

Apagão hídrico
"A insistência da grande imprensa sobre o "apagão" aéreo tem enchido a paciência do mais empedernido Jó bíblico.
Quando se mexe com gente mais graúda, no caso os passageiros de aviões, o assunto, embora grave, alcança proporções catastróficas no viés da imprensa. Mesmo com passagens mais baratas, é bom que se diga que a raia miúda não viaja nem sequer de ônibus, muito menos de avião. A raia miúda só se preocupa em sobreviver. De preferência com água para beber e com o bucho cheio de arroz, feijão e um pedacinho de carne.
O que eu quero dizer é: por que diabos a imprensa não fala sobre o "apagão" da falta de água, da seca que aflige milhares de pessoas? Já foi decretado estado de emergência em quase cem municípios do Nordeste, e os carros-pipa não suficientes para atender à população atingida pelo drama. Eu já passei algumas secas no sertão, e as imagens gravadas nas retinas da minha meninice são dantescas e inesquecíveis."
RAIMUNDO NONATO BARBOZA (Fortaleza, CE)

"Em relação à declaração da atriz Patrícia França publicada anteontem à pág. A8 (Brasil), sobre o que ela espera do segundo mandato de Lula, alguém deveria avisar a moça de que o Brasil não se circunscreve aos aeroportos."
CLARICE DOS SANTOS MACHADO (Matão, SP)

Dogmas e reflexão
"A Igreja Católica recusou o enterro religioso a Piergiorgio Welby, um italiano que sofria de distrofia muscular progressiva e que há dez anos vivia paralisado, sendo que, nos últimos tempos, a doença também o impedia de falar ("Igreja recusa funeral a morto por eutanásia", Mundo, 23/12).
Acometido de um mal que não oferecia a mínima possibilidade de cura, tendo de conviver dia após dia com sua realidade penosa, vegetativa e dependente, que se agravava cada vez mais, Welby solicitou o desligamento de uma vida que há muito lhe faltava.
O caso foi retomado por Contardo Calligaris na Ilustrada do dia 28/12, num viés instigante, diferenciado, não com o intuito de suscitar polêmicas exaltadas contra ou a favor da eutanásia, mas para ressaltar o que de fato importa nesse episódio: a sua face humanitária. Como apelar para generalidades e preceitos religiosos abstratos sem ressaltar a particularidade de cada caso, sem estar receptivo para escutar as razões, o desejo do outro ou a própria consciência? Como seguir cegamente regras, códigos ou dogmas sem a mínima reflexão, sem questionamento? Simplesmente para cumprir preceitos fixos e imutáveis?"
ANETE ARAÚJO GUEDES (Belo Horizonte, MG)

Vestibular
"Impressionou-me muito o artigo de Nelson Motta de 29/12 ("A ética do acaso", Opinião), que tratou do projeto do senador Sibá Machado em relação ao vestibular -projeto que prevê substituir as provas por um sistema de sorteio.
Com um poder de fogo típico de bons escritores, Nelson se esqueceu de pensar que o projeto pode ter, sim, aspectos muito bons, como diz Rubem Alves, teólogo, poeta e educador. Procurando no Google o tema "sorteio no vestibular", há duas entrevistas de Rubem Alves que, se por um lado podem ser erradas no julgamento do colunista, pelo menos levam a uma melhor reflexão sobre o tema."
DANIEL CARDOSO PERSEGUIM DE OLIVEIRA (São Paulo, SP)

Boas-festas
"A Folha agradece e retribui os votos de boas-festas recebidos de: Fábio Ramazzini Bechara, presidente, e Jô Clemente, presidente de honra da Apae de São Paulo (São Paulo, SP); Michael Adonia Moscovici, Consulado Geral da República Federal da Alemanha em São Paulo (São Paulo, SP); Hidenari Hayashi, presidente da Igreja Messiânica Mundial do Brasil (São Paulo, SP); Márcio Santoro, Equipe Africa (São Paulo, SP); Paz Comunicação Estratégica (São Paulo, SP).

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