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Vigilância amazônica
A AMAZÔNIA entra em 2008
sob vigilância, por assim
dizer. Embora tenha comemorado a redução de 20% no
desmatamento de agosto de
2006 a julho de 2007, o Ministério do Meio Ambiente (MMA)
não se acomodou sobre os louros. Diante da tendência de recrudescimento da derrubada a
partir de agosto passado, lançou
uma série de medidas para prevenir a elevação da taxa de desmate após três anos de queda
(59% de diminuição no total).
O arsenal de providências preventivas consta do decreto nº
6.321, assinado pelo presidente
Lula no dia 21. Dada a proximidade do Natal, poderia passar
despercebido. Isso seria indesejável, pois o decreto introduz
normas duras e controversas.
A inovação está no recurso a
medidas de constrangimento
que lembram campanhas capitaneadas por organizações não-governamentais. O MMA publicará
listas positivas e negativas tanto
de municípios quanto de propriedades rurais, de acordo com
a observância de regras e metas
relativas a desmatamento.
É justo dar a compradores o direito de escolher bens produzidos de acordo com valores ambientais. Trata-se de uma tendência que se dissemina até no
mercado financeiro, com os fundos de investimento socialmente
responsável. Tudo depende, porém, do estabelecimento de critérios razoáveis e objetivos para
compor esses índices.
Ainda de acordo com as novas
medidas, produtores poderão
ver a propriedade embargada,
receber multas e ter o crédito
cortado. O decreto mostra as garras ao incluir entre os responsabilizáveis também quem "adquirir, intermediar, transportar ou
comercializar produto ou subproduto de origem animal ou vegetal produzido sobre aquela
área de embargo".
Resta saber se o governo federal terá meios e força para pôr
em prática tal endurecimento.
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