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Presidente da Chevron pede ao país desculpas pelo vazamento

Executivo diz que acidente é 'inaceitável' e que tomará precauções contra futuros problemas

George Buck não comenta decisão da ANP de proibir a empresa de fazer perfurações no país

DE BRASÍLIA

O presidente da Chevron no Brasil, George Buck, desculpou-se ontem ao povo brasileiro pelo vazamento de óleo no campo de Frade, mas saiu correndo ao fim de audiência pública para evitar comentar a suspensão das atividades da empresa no país determinada pela ANP (Agência Nacional do Petróleo).

"Peço sinceras desculpas à população e ao governo brasileiro. Gostaria de reiterar que temos um profundo respeito pelo Brasil, pelo povo brasileiro, pelo ambiente e pelas leis e instituições deste país", disse.

Buck defendeu a atuação da Chevron, desde o projeto do poço até o plano de emergência. Usou tom emocional ao dizer que qualquer vazamento é "inaceitável" e que a empresa é totalmente responsável pelo incidente e que tomará precauções para evitar futuros problemas.

"Nosso intuito é que isso não se repita nem no Brasil nem em outro lugar do mundo. Estamos encarando com a maior seriedade a questão."

No entanto, Buck não falou uma frase sobre a decisão da ANP de proibir a empresa de perfurar no Brasil, anunciada por um deputado no meio da audiência pública da qual participava, na Câmara.

Segundo o executivo, a prioridade foi evitar danos a pessoas, depois a proteção ao ambiente. Em seguida, a preocupação foi conter a fonte do vazamento -contido em quatro dias, afirmou, ao acrescentar que o fluxo que até hoje existe é "residual".

Buck disse que a vida marinha da região do vazamento não foi atingida. Mas o presidente do Ibama, Curt Trennepohl, disse que ainda é cedo para avaliar danos ao ambiente. Segundo ele, a empresa pode recorrer da multa aplicada nesta semana.

De acordo com a ANP, o vazamento foi avistado pela Petrobras no dia 8. A Chevron afirma que no dia 13 o vazamento estava controlado.

Segundo Buck, a Chevron cumpriu todas as exigências do plano de emergência e irá apresentar as informações solicitadas pelas autoridades.

O pacote incluiu provas da localização dos navios para conter a mancha de óleo.

O presidente da petroleira afirmou que houve dificuldade com transmissão de dados por limitação da banda larga, motivo pelo qual as primeiras imagens do acidente enviadas pela empresa foram editadas em versões mais compactas. "Todos os segundos de dados estão à disposição e serão fornecidos."

Buck afirmou que não tem conhecimento de discrepância nos relatórios enviados às autoridades, mas disse que a hipótese será investigada. Também disse que a empresa tinha todos os equipamentos exigidos pelas normas. (SOFIA FERNANDES)

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