Índice geral Poder
Poder
Texto Anterior | Índice | Comunicar Erros

Desemprego em outubro é o menor desde 2002

Ritmo de criação de vagas perde força

PEDRO SOARES
DO RIO

Numa tendência típica de fim de ano, quando comércio e alguns ramos de serviços contratam mais, o desemprego caiu em outubro para níveis historicamente baixos.

Medida pelo IBGE, a taxa de desemprego baixou de 6% em setembro para 5,8% em outubro, a menor para o mês desde 2002, primeiro ano da nova pesquisa do instituto.

De janeiro a outubro, a taxa média ficou em 6,2%. Se fechar nesse nível em 2011, será também a menor marca da história, abaixo da de 2010 (6,7%), ano no qual o país cresceu em ritmo forte após a crise global de 2008-2009.

Em outubro, a taxa de desemprego caiu mais por conta de redução na procura de trabalho do que em razão do maior crescimento de vagas.

CRIAÇÃO DE VAGAS

O aumento do número de pessoas empregadas nas seis principais regiões metropolitanas perde fôlego mês a mês. O avanço de 1,5% de outubro ante igual mês de 2010 ficou pouco acima do crescimento vegetativo da população.

"O último quadrimestre, por questões sazonais, costuma ter taxas de desemprego cadentes", relativiza a consultoria LCA. Para ela, o mercado de trabalho já mostra sinais de desaceleração, em linha com o resto da economia.

Só o comércio e os serviços prestados às empresas (limpeza, manutenção, consultorias, informática) tiveram crescimento significativo no número de vagas criadas de setembro para outubro.

Um sinal do esfriamento da atividade econômica surge dos dados de rendimento do trabalhador, que caiu 0,3% de setembro para outubro.

De janeiro a outubro, a renda média do trabalhador cresceu 3%, velocidade inferior à registrada em 2010 (3,8%).

Diante da maior preocupação de empresários e consumidores com a crise europeia e dos efeitos retardados da alta dos juros do início do ano, o consumo perdeu força. As firmas adiaram investimentos e cortaram horas extras.

"Com a piora da crise, empresários adiam suas decisões. O consumo também sente e isso tudo repercute no mercado de trabalho", diz professor do Ibmec Nelson de Sousa. Para Marianne Hanson, da Confederação Nacional do Comércio, os dados mostraram "um aprofundamento da desaceleração do mercado de trabalho."

Texto Anterior | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.