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Inexperiência de Haddad preocupa PT Em reunião para tratar de eleições, ministros do governo Dilma criaram grupo para elaborar a sua estratégia de campanha Partido reclama de deslizes verbais e de autonomia assumida por pré-candidato em negociação com aliados CATIA SEABRAANDRÉIA SADI DE BRASÍLIA A falta de experiência do ministro da Educação e pré-candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, já incomoda a equipe da presidente Dilma Rousseff. Recentes movimentos dele foram alvo de preocupação durante jantar de ministros do PT na noite de segunda-feira, na casa de Gleisi Hoffmann (Casa Civil). Na reunião -convocada para definir a participação dos ministros na campanha eleitoral do ano que vem- os petistas avaliaram como impróprio o comportamento de Haddad ao expor a conversa que teve com Dilma sobre sua permanência no ministério. Segundo relato de Haddad, a presidente perguntou a ele se pedira para deixar o governo antes do Natal para "trabalhar como Papai Noel". Dilma, afirmam os ministros, não gostou da indiscrição. De acordo com a assessoria da ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, Haddad esteve no jantar. O diagnóstico dos ministros reforçou a necessidade de convocação de um conselho político para "dirigir" Haddad na pré-campanha. Oficialmente, ele vai elaborar um programa de governo de Haddad. Assim, o PT minimiza a imagem de tutela. Composto por 24 integrantes -entre eles, a senadora Marta Suplicy e os líderes de bancada-, o grupo terá sua primeira reunião depois de amanhã para fixar estratégia e agenda para Haddad. Além dos deslizes verbais, o PT reclama da autonomia assumida por Haddad na negociação com aliados. Para petistas, ele caiu numa "armadilha" ao participar de encontro com o comando do PC do B sem análise do partido. No jantar, o presidente do PT, Rui Falcão, fez um balanço das candidaturas do partido nas principais cidades. Ideli recomendou o engajamento dos ministros na campanha do ano que vem. Mas receitou cautela na disputa com adversários que integram a base do governo. A intenção é evitar que brigas regionais contaminem a relação com o Congresso. Segundo participantes, Ideli sugeriu que ministros compatibilizem a agenda oficial com atividades partidárias, desde que respeitando a legislação. A assessoria da ministra nega a orientação. Mas disse que os ministros do PT se reúnem semanalmente para discutir estratégia eleitoral para 2012. Entre os presentes no jantar, estavam o chefe de gabinete de Dilma, Giles Azevedo, os ministros Fernando Pimentel (Desenvolvimento Industrial), Gilberto Carvalho (Secretaria-geral da Presidência) e Alexandre Padilha (Saúde), o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza, e os líderes do PT na Câmara e no Senado. O cenário das eleições será tema da reunião do Diretório Nacional do PT amanhã. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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