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Análise

Lições de 2008 guiam estratégia do governo no combate à crise

SHEILA D’AMORIM
DE BRASÍLIA

A equipe econômica está convencida de que errou na mão ao não reduzir os juros no último trimestre de 2008 e ao não ser mais agressiva na blindagem da economia brasileira para conter, logo de início, os reflexos da crise desencadeada pela quebra de grandes bancos nos EUA.

A lição ficou na memória e tem pautado a estratégia atual de reação. A avaliação é que, ao esperar para ver os primeiros sinais de contaminação, o governo potencializou o efeito da instabilidade financeira mundial aqui no país, que resultou numa recessão no início de 2009.

A receita agora é: garantir um Natal forte para fazer com que a indústria não entre em 2012 com muito estoque. Se não se livrar do que já tem guardado, as empresas terão que parar a produção justamente quando as notícias externas deverão contribuir para desanimar e minar a confiança do setor produtivo.

Essa combinação desencadearia um ciclo negativo com questionamentos sobre riscos de desemprego, aumento da inadimplência e consequente retração no crédito. O resultado seria o que se considera inadmissível nos bastidores do governo: crescimento abaixo de 3% em 2012.

Por mais que as últimas medidas de estímulo ao consumo tenham recebido críticas por serem consideradas de efeito temporário, afirma-se que elas terão a missão de manter o comércio aquecido num momento estratégico.

O Banco Central, que ficou com a maior parcela de culpa em 2008, desta vez saiu na frente e, desde agosto, vem cortando os juros. Foi um dos primeiros no mundo. A política monetária é considerada o principal instrumento de reação, mas segundo o governo, precisa de um reforço.

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