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Cotidiano - em cima da hora

Acidente mata 33 cortadores de cana na BA

Após ser atingido por carreta, ônibus que levava trabalhadores para Pernambuco é espremido contra caminhão

Segundo hospital, 31 morreram no momento do choque; veículo não tinha autorização para transportar passageiros

GRACILIANO ROCHA
DE SALVADOR
luiza bandeira
DE SÃO PAULO

Um acidente com três veículos deixou 33 pessoas mortas e feriu 13 ontem em Brejões (252 km de Salvador).

De acordo com a Polícia Rodoviária Federal, por volta da 0h30, um ônibus ultrapassava um caminhão carregado com gesso quando foi atingido por uma carreta que vinha em sentido contrário, no km 583 da BR-116.

O motorista da carreta perdeu o controle em uma curva. Desviou a cabine, mas o semi-reboque, carregado com material escolar, atingiu o ônibus. Com o choque, um lado do ônibus foi espremido contra o caminhão de gesso.

Segundo o Hospital Geral Prado Valadares, de Jequié, morreram o motorista do ônibus e 32 passageiros -31 mortes foram na hora do choque. Os condutores da carreta e do caminhão sobreviveram.

"Nos 36 anos em que estou na polícia rodoviária jamais vi carnificina como essa. Parecia atentado a bomba", dise o inspetor Carlos Santos.

De acordo com o hospital, entre os 13 feridos, três estavam em estado gravíssimo. Há suspeita de que um tenha sofrido morte encefálica.

A polícia investiga por que o motorista da carreta perdeu o controle do veículo. A Folha apurou que ela considera a hipótese de que a carreta estava em alta velocidade.

IRREGULAR

O ônibus transportava cortadores de cana-de-açúcar de Jateí (MS) para Buíque (PE) e estava em situação irregular. O veículo pertence à empresa TCB Transbrasil (Transporte Coletivo Brasil Ltda.).

No cadastro da Agência Nacional de Transportes Terrestres, o ônibus aparece como "não habilitado" para transporte de passageiros. O veículo circulava graças a uma liminar concedida pela Justiça de Pato Branco (PR).

A Folha revelou em fevereiro que documentos da TCB -necessários para operar 39 mil linhas interestaduais- foram contestados pela ANTT e por um perito. Segundo eles, os papéis são falsos, o que a empresa nega.

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