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Criadores de camarão abrem brecha para utilizar mangues

Canindé Soares/Folhapress
Viveiro usado na criação de camarões no estuário do rio Potengi, no entorno de Natal
Viveiro usado na criação de camarões no estuário do rio Potengi, no entorno de Natal

FÁBIO GUIBU
ENVIADO ESPECIAL A NATAL (RN)

O lobby dos criadores de camarão contra o veto à exploração econômica do mangue teve êxito. O Código Florestal aprovado no Senado manteve os manguezais como áreas de proteção permanente, mas admitiu exceções em caso de interesse social.

"Não queremos uma folha dos mangues", disse o presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Camarão, Itamar Rocha. "Mas proibir o uso dos salgados e apicuns [áreas no interior ou contíguas aos mangues] significa prejudicar principalmente os pequenos criadores, que formam 75% da categoria".

Segundo Rocha, o setor emprega cerca de 40 mil pessoas e utiliza 20 mil hectares de áreas próximas aos estuários. A produção nacional de camarão é de 75 mil toneladas por ano. O Rio Grande do Norte é o maior produtor, com 20 mil toneladas anuais.

"São números absurdos para um país que tem 1 milhão de hectares propícios à criação de camarões", disse.

"O país gasta US$ 1,3 bilhão com a importação de pescado e R$ 1,3 bilhão com o seguro defeso, mas cada brasileiro consome apenas 8,2 kg de pescado por ano, metade da média mundial, de 17 kg por ano", afirmou.

A Folha esteve na região de criação de camarões no estuário do rio Potengi, no entorno de Natal. Ali, grandes áreas de mangue deram lugar a tanques e viveiros. Moradores dizem que as obras alteraram as marés no local.

No dia 10 de novembro, o Ibama e o Exército destruíram com dinamite, por decisão judicial, um viveiro de camarão em Tibau do Sul (RN).

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