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Abstenção é alta, mas não reverte resultado

DO ENVIADO A MARABÁ (PA)
DO ENVIADO A SANTARÉM (PA)
DE BELÉM

O histórico de alta abstenção dos paraenses em eleições, uma das principais apostas das frentes pró-separação, foi insuficiente para aprovar a divisão do Estado.

Cerca de 25% dos eleitores (mais de 1,2 milhão de pessoas) deixaram de comparecer ontem às urnas, mantendo a média histórica regional. Em 2010, o percentual de abstenção foi de 21% no primeiro turno e de 27% no segundo.

Com 99% das urnas apuradas, os resultados apontavam 1,5% de votos brancos e nulos nas duas disputas.

A frente pró-divisão apostava no baixo comparecimento dos eleitores no entorno de Belém, majoritariamente contrários à divisão do Estado.

Mas os resultados mostram que um terço dos votos que deram a vitória à ala antidivisão saiu só da capital, Belém -95% dos eleitores rejeitaram o desmembramento.

Redutos separatistas, Marabá e Santarém votaram unidos, mas foram insuficientes para desequilibrar a disputa. O percentual pela separação nas duas cidades foi de 93% e 98%, respectivamente.

Também foi marcante a maioria de votos contra a separação na região do Xingu, que inclui Altamira (65% contra), região onde será erguida a usina de Belo Monte. Pela proposta, as cidades fariam parte do Tapajós.

Em Marabá e Santarém, a população expôs nas ruas o clima de mágoa com a capital do Estado. A Polícia Federal chegou a ser acionada para investigar denúncia de compra de votos em Belém, mas não flagrou irregularidades. Nenhuma ocorrência grave foi registrada.

Estudos mostram que a partilha do território daria origem a três Estados deficitários, apesar do poder econômico da região de Carajás, alavancado pela exploração de ferro da Vale.

Com a manutenção do Estado, o Pará continua com problemas sociais e de infraestrutura, sobretudo no interior. Apesar da força econômica, municípios que fariam parte do Carajás sofrem com alto índice de violência e conflitos agrários -três das dez cidades com mais homicídios estão na região de Marabá.

Do outro lado, cidades que fariam parte do Tapajós têm problemas de isolamento geográfico e rodovias precárias.

Se a separação fosse aprovada, seriam criados dois governos e duas Assembleias, ampliando o gasto público.

Também seria necessária uma mudança na configuração do Congresso. No Senado, a região Norte ganharia mais seis cadeiras e, pelo menos, oito vagas na Câmara para cada novo Estado.

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