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Alckmin freia investimentos no primeiro ano do mandato

Governador de SP espera recuperação para superar marca de Serra até o fim da gestão

Tucano dá aumentos salariais para fazer as pazes com servidores e busca parcerias com o governo Dilma Rousseff

DANIELA LIMA
DE SÃO PAULO

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) pôs o pé no freio dos investimentos no primeiro ano de seu mandato e não conseguirá cumprir a meta estipulada por sua equipe econômica.

O valor, R$ 16 bilhões, já era uma redução em relação aos R$ 20 bilhões aprovados no Orçamento, mas nem assim o governo conseguiu atingir o objetivo.

Alckmin vai desembolsar R$ 12 bilhões com investimentos até o fim do ano, 37% menos do que seu antecessor, José Serra (PSDB), realizou no último ano de seu mandato, e 40% menos do que a previsão orçamentária.

"É natural que o primeiro ano seja um ano de ajustes, e por isso os investimentos não alcançaram o esperado", afirma o secretário estadual da Fazenda, Andrea Calabi.

Ainda assim, Alckmin investiu mais do que os R$ 9 bilhões de Serra em seu primeiro ano de mandato.

O governador encontrou dificuldades para tirar do papel obras importantes, como a Linha 5 do Metrô, embargada pela Justiça depois que a Folha apontou indícios de fraude na licitação.

Houve também uma decisão política de separar dinheiro para ampliar serviços, com a reformulação do Detran (Departamento Estadual de Trânsito) e dos postos do Poupatempo, o que inflacionou gastos com custeio.

Alckmin também buscou recursos para oferecer aumentos, numa tentativa de fazer as pazes com o funcionalismo após anos de atritos de Serra com os servidores.

O governo concedeu reajustes acima da inflação a servidores de três áreas: Educação, Saúde e Segurança Pública. Parte do aumento foi pago este ano e o restante foi dividido pelos próximos três.

Apesar da contenção ocorrida em 2011, o secretário da Fazenda promete que os investimentos do governo atingirão R$ 80 bilhões no fim dos quatro anos de mandato, mais que os R$ 62 bilhões gastos por Serra em sua gestão.

A meta é audaciosa. Serra contou com R$ 26 bilhões de receitas extraordinárias, fruto da venda de ativos do Estado como a Nossa Caixa e concessões de rodovias.

Alckmin não dispõe de ativos para vender, mas espera obter recursos congelando novos aumentos de salários e gastos com custeio.

PARCERIAS

Além de buscar um melhor relacionamento com os servidores, Alckmin fez questão de pontuar diferença em relação ao antecessor nas negociações com o governo federal, desde 2003 nas mãos do PT, principal adversário do PSDB no Estado.

O governador celebrou parcerias com a presidente Dilma Rousseff para associar programas estaduais às três maiores vitrines da administração petista, o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), o Bolsa Família e o Minha Casa, Minha Vida.

Alckmin e Dilma fizeram questão de trocar afagos em público. A presidente o chamou de "parceiro excepcional" e ele respondeu enaltecendo os valores "republicanos" da petista.

Aliados acham que Dilma e Alckmin podem ter ganho pontos com o público fazendo isso, mas temem que isso confunda os eleitores no próximo embate político entre os dois partidos.

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