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Após 10 anos, Jader volta ao Senado no recesso e ganha extra de R$ 30 mil

Peemedebista fora enquadrado na Ficha Limpa, mas recebeu autorização do STF para assumir

Posse antecipada rende bônus de fim de ano ao senador, que disse estar 'confortável' em voltar para a Casa que presidiu

MARIA CLARA CABRAL
DE BRASÍLIA

Dez anos após renunciar ao cargo de senador devido a suspeitas de corrupção, Jader Barbalho (PMDB-PA) voltou ontem ao Senado, em rara sessão realizada durante o recesso parlamentar.

Se seguisse os trâmites comuns, ele tomaria posse apenas em fevereiro.

Mas, graças à cerimônia adiantada, receberá pelo menos R$ 30 mil extras -referentes ao salário proporcional ao resto deste mês (R$ 3,5 mil) e outros R$ 26,7 mil pagos a todo parlamentar ao final de cada ano.

Questionado se pretende abrir mão dos valores, desconversou: "Essa não era uma preocupação. Espero receber aquilo que tenho direito, nem a mais nem a menos".

Jader volta ao Senado dizendo-se "confortável", mas afirma não ter pretensão de assumir postos mais altos, como liderança do PMDB ou presidência do Senado.

Em 2001, quando renunciou após ter seu nome envolvido em suspeitas de fraudes na Sudam (Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia), ele presidia a Casa.

FICHA LIMPA

Foi a renúncia de dez anos atrás que quase o impediu de tomar posse, mesmo tendo recebido 1,7 milhão de votos nas eleições do ano passado.

Inicialmente, a Justiça Eleitoral entendeu que ele se enquadrava na Lei da Ficha Limpa, cujo texto torna inelegíveis políticos que desistiram do mandato para se livrar de uma cassação.

Mas o Supremo Tribunal Federal entendeu que a lei não valeu para o pleito de 2010, e, depois da pressão do PMDB, o tribunal permitiu, há 15 dias, a posse de Jader.

Sobre o impasse judicial que o fez chegar ao Senado mais de 11 meses após o início da atual legislatura, ele disse que a Lei da Ficha Limpa foi seu maior rival político desde o senador Antonio Carlos Magalhães (1927-2007).

"Eu jamais havia enfrentado um adversário tão difícil", afirmou o peemedebista.

Jader disse que deve apoiar o governo. Marinor Brito (PSOL-PA), que deixa a Casa para dar lugar ao peemedebista, era crítica à gestão da presidente Dilma Rousseff.

Poucos parlamentares acompanharam o evento. Entre eles, o líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), que comemorou: "É um aliado importante. Se fez justiça".

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