Governo decide endurecer fiscalização

Em reunião na noite de ontem à noite, o governo de São Paulo decidiu cobrar maior rigor das empresas contratadas para fiscalizar as obras entregues pela CDHU.

No encontro -convocado por determinação do governador Geraldo Alckmin- foi ampliada ainda a lista de itens fiscalizados antes que as casas sejam ocupadas.

A avaliação é de que houve falha na fiscalização, hoje a cargo de seis empresas.

O secretário de Habitação, Silvio Torres, o presidente da CDHU, Antônio Carlos do Amaral Filho, e o secretário da Casa Civil, Sidney Beraldo, discutiram as medidas no Palácio dos Bandeirantes.

"Vamos apertar as fiscalizadoras", disse Beraldo, ressaltando que não haverá prejuízos para os mutuários, já que as empreiteiras são obrigadas a reparar danos por 90 dias após a entrega das casas.

Para evitar reincidência de problemas, as fiscalizadoras passarão a fazer o teste das instalações hidráulicas antes da ocupação do prédio.

"Vamos buscar o risco zero. Entregamos 15 mil unidades. São falhas pontuais. Mas existem e sempre é possível melhorar. Essa foi a orientação do governador", afirmou

CONFLITO

Dois dos participantes da reunião, Torres e Amaral, patrocinam uma acirrada disputa que ameaça a adoção do modelo de moradia social idealizado por Alckmin.

Segundo aliados do governador, ele teme que o embate entre os dois adie ainda mais a implantação do Casa Paulista. Na campanha de 2010, o governador defendeu uma nova política habitacional: em vez de construir casas, subsidiar projetos de construção de moradias.

A criação de uma agência paulista de habitação para viabilizar o novo modelo, no entanto, só virou decreto no dia 27 de setembro do ano passado. Na equipe de Alckmin, há quem veja na queda de braço entre Torres e Amaral a causa da demora.

A briga se arrasta desde junho, quando Amaral assumiu a presidência da CDHU por indicação do ex-prefeito Paulo Maluf (PP).