Conselho aponta ação de 70 traficantes na cracolândia

Levantamento de conselho da Prefeitura de São Paulo aponta que 70 traficantes atuavam em setembro passado no coração da cracolândia, entre a alameda Dino Bueno, a rua Helvétia e a praça Julio Prestes, no centro.

Os números do Comuda (Conselho Municipal de Políticas Públicas de Drogas e Álcool) também apontam a presença de 1.664 dependentes químicos em toda a cracolândia, sendo 622 mulheres (103 gestantes) e 199 crianças.

Planejamento feito pela PM para a ação na cracolândia identificou cerca de 400 viciados em drogas, como o crack, que formam uma "população permanente" na área, diz a prefeitura.

Segundo o coronel Wagner Rodrigues, é difícil constatar a diferença entre tráfico e porte na região, onde há diversos microtraficantes, que repartem e revendem o crack.

Com pouca quantidade da droga, usuários e microtraficantes evitam o flagrante, se livrando dela ao notar a chegada da polícia, diz o coronel.

Mas a dispersão das pessoas com a operação facilita a investigação, diz o delegado Antonio Luis Tuckumantel.

Segundo o delegado, os usuários foram para locais mais visíveis, facilitando abordagens.

O levantamento do conselho aponta ainda outro problema: a gravidez de dependentes da droga.

Uma em cada seis mulheres da cracolândia estava grávida em setembro de 2011.

Grande parte das grávidas do crack é menor de idade, segundo o psiquiatra João Manoel Bertolote, professor da Faculdade de Medicina de Botucatu. "As mães estão cada vez mais novas e não têm nenhum interesse nas crianças", diz o professor.