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No Congresso, 1/5 quer trocar cadeira atual por prefeitura

Dos 594 deputados federais e senadores, 127 almejam trocar Brasília pelos Executivos municipais em 2013

Parlamentares não precisam se licenciar e têm vantagens como verba, até abril, para divulgação do mandato

MARIA CLARA CABRAL
MÁRCIO FALCÃO
DE BRASÍLIA

Menos de um ano após tomarem posse, 127 congressistas já planejam trocar de função e disputar, em outubro, uma cadeira de prefeito.

Segundo levantamento feito pela Folha, 121 deputados federais e seis senadores -21% do total de 594 parlamentares- tentam viabilizar seus nomes para o pleito.

A oficialização das candidaturas ocorre em junho e os congressistas não precisam se licenciar para a disputa.

Os parlamentares-candidatos levam vantagens como a visibilidade do mandato e a possibilidade de terem, até abril, verba para produzir jornais e vídeos a título de divulgação do mandato.

Ao fim dos arranjos estaduais, o número de deputados e senadores que realmente vão concorrer pode ser menor por causa das alianças.

Em 2004, 96 congressistas saíram candidatos a prefeito ou vice. Mas apenas 16 foram eleitos.

Em cada legislatura, 18% dos parlamentares em média tentam ir para as prefeituras.

Entre os atuais pré-candidatos está o deputado João Paulo Cunha (PT-SP), um dos réus no processo do mensalão. Ele é cotado para disputar a Prefeitura de Osasco.

Na oposição, 21 tucanos almejam uma prefeitura. No DEM, são 14 deputados e um senador. Na base governista, o maior número de pré-candidatos é do PMDB, com 14 deputados e um senador.

Há cidades que reúnem entre seus principais pré-candidatos vários deputados federais, como em São Paulo, onde podem participar Gabriel Chalita (PMDB), Paulo Pereira da Silva (PDT) e Ricardo Tripoli (PSDB), entre outros.

Para o cientista político da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) Carlos Ranulfo, os deputados tentam concorrer as prefeituras por considerá-las mais atrativas pelo poder orçamentário.

O cientista político Jairo Nicolau, da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), diz que esse quadro de parlamentares-candidatos fragiliza o Legislativo.

"O voto que ele recebeu teve uma importância para distribuir o poder e ele acaba realizando algo diferente do que foi eleito."

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