Índice geral Poder
Poder
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Suspeito de matar deputada nega confissão

Acusados dizem que foram torturados para apontar Talvane Albuquerque como o mandante do assassinato

Julgamento terminaria na madrugada de hoje; Ceci Cunha foi morta em 1998, após assumir mandato na Câmara

PETRÔNIO VIANA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE MACEIÓ

No último dia do julgamento dos réus acusados de assassinar, em 1998, a deputada federal Ceci Cunha (PSDB-AL), os advogados de defesa afirmaram que seus clientes foram torturados pela Polícia Federal para confessar o crime e apontar o ex-deputado Talvane Albuquerque (ex-PTN) como mandante.

O julgamento, que começou na segunda-feira, estava previsto para terminar no início da madrugada de hoje.

Talvane foi denunciado pelo Ministério Público Federal sob acusação de ter mandado matar Ceci Cunha para ocupar a vaga dela na Câmara dos Deputados.

Além dele, foram julgados outras quatro pessoas acusadas de ter executado o crime. Cada um poderia ser condenado a até 120 anos de prisão.

Ceci foi morta a tiros na casa de sua irmã, em Maceió, horas depois de ser diplomada deputada pela Justiça Eleitoral, em dezembro de 1998. Além dela, morreram na chacina seu marido, um cunhado e a mãe dele.

Ontem, os advogados de Talvane voltaram a dizer que a Procuradoria nunca investigou outras hipóteses para o crime e disseram que o assassinato foi planejado pelo pistoleiro conhecido como "Chapéu de Couro" e pelo ex-governador de Alagoas Manoel Gomes de Barros.

A versão dos advogados tem como base o depoimento do policial civil Robson Rui -registrado três anos depois do crime. Segundo o policial, o ex-governador teria pago R$ 300 mil a pistoleiros para matar Ceci Cunha.

O suposto motivo seria o fato de a então deputada ter abandonado a chapa de Gomes de Barros na eleição para o governo do Estado em 1998 mesmo depois de ter supostamente recebido dinheiro do ex-governador.

À Folha o ex-governador afirmou que as acusações feitas por Talvane e sua defesa seriam "desespero de quem está na iminência de uma condenação enorme."

Em sua exposição durante o julgamento, o procurador da República Rodrigo Tenório reafirmou ontem que Talvane foi o mandante do crime, com o objetivo de assumir a vaga de Ceci.

Com base em quebra de sigilos telefônicos, a Procuradoria vinculou Talvane aos réus acusados da chacina.

Os sete jurados começariam a debater o veredito a partir das 20h30, no horário de Brasília, e teriam até quatro horas para chegar a uma decisão.

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.