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Sem surpresa, BC reduz juro para 10,5%

Na primeira reunião do ano, autoridade mantém dúvida entre analistas sobre até quando cortará taxa básica

Economistas avaliam que recuperação da economia e cenário externo podem reduzir espaço de novos cortes

SHEILA D’AMORIM
DE BRASÍLIA
MARIANA CARNEIRO
DE SÃO PAULO

Sem surpresas, o Banco Central anunciou ontem queda de mais 0,5 ponto percentual na taxa que serve de referência para toda a economia. Deixou em aberto, no entanto, a principal dúvida do mercado: até quando cortará os juros em 2012.

Na primeira reunião do ano, o Copom (Comitê de Política Monetária) cortou a taxa para 10,5% ao ano. Essa foi a quarta redução consecutiva desde agosto de 2011.

O comunicado divulgado após a reunião repete a argumentação da última reunião do comitê, em novembro, e diz que "um ajuste moderado no nível da taxa básica é consistente com o cenário de convergência da inflação para a meta em 2012".

Parte dos analistas acredita que, ao repetir a justificativa, o BC indica um ciclo maior de queda nos juros para até um dígito. As projeções se concentram numa taxa de 9,5% ao fim do ano.

Mas desde a divulgação do relatório de inflação, em dezembro, apostas no mercado de juros futuros passaram a sugerir que o BC não cortaria tanto a taxa básica. Isso porque a autoridade monetária dá sinais de que a inflação ainda preocupa, sobretudo no segundo semestre, quando a economia deverá estar mais aquecida.

A economista Tatiana Pinheiro, do Santander, explica que a dúvida é saber se o BC mudou de opinião sobre o cenário externo e também sobre o ritmo de retomada da economia brasileira.

A economista lembra que, desde o fim do ano passado, novos indicadores foram divulgados, mostrando leve recuperação da economia em novembro, depois de um terceiro trimestre de estagnação.

E que o cenário externo também tem se revelado menos pessimista. Anteontem, a China divulgou o crescimento em 2011, acima do que previam os analistas.

Mesmo com a redução da taxa básica, consumidores e empresas pagam juros altos.

Segundo a Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças), desde agosto a taxa recuou em algumas modalidades, como resultado do corte de juros e outras medidas de estímulo. Mas o cheque especial, por exemplo, subiu devido à alta da inadimplência.

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