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Análise

Aprovação ao governo no primeiro ano cresce mais rapidamente do que a de Lula

Em um ano, dilma consegue o que seu antecessor só alcançou após seis anos: a aprovação da maioria absoluta

MAURO PAULINO
DIRETOR-GERAL DO DATAFOLHA

A aprovação ao governo Dilma não atinge os retumbantes 83% conquistados por Lula ao final do segundo mandato. Mas com um ano de gestão ela já consegue um feito que seu antecessor só alcançou após seis anos no Planalto: a aprovação da maioria absoluta -acima de 50%- em todas as regiões e segmentos da sociedade.

Nos primeiros 12 meses dos governos eleitos e reeleitos após a volta das eleições diretas, as taxas de aprovação de Collor e Itamar caíram, as de Fernando Henrique ficaram estáveis no primeiro mandato e caíram no segundo, enquanto Lula manteve-se estável tanto no início do primeiro quanto do segundo. Dilma é, portanto, a única que viu crescer sua popularidade nos primeiros 12 meses de governo.

Além disso, conta com uma expectativa positiva da população para os próximos anos e maior do que as observadas no início dos governos anteriores, com otimismo crescente em relação ao cenário econômico e baixa percepção de desemprego.

De negativo, nesse momento, os brasileiros ressaltam os descuidos na área da saúde e na de segurança pública, especialmente nos grandes centros urbanos.

Diante desse crescimento inédito na popularidade presidencial -após apenas um ano de mandato-, não há modelos estatísticos ou sociológicos isentos que permitam prever a longevidade desse apoio. Há de concreto a constatação de que crises políticas, com denúncias de corrupção e quedas de ministros, apenas evidenciaram a empatia da maioria da população com as ações de Dilma.

A crise na economia, mais sentida na Europa e nos noticiários do que no bolso dos brasileiros, foi superada aos olhos do povo e não se compara em intensidade às enfrentadas pelos antecessores.

No primeiro ano do governo Fernando Henrique Cardoso, o desemprego surgia como a principal preocupação, em respostas espontâneas, de 53% dos brasileiros.

No primeiro ano do governo Lula, essa taxa sustentava-se ainda em 41%. Hoje, apenas 9% citam o desemprego como o principal problema do país. É um claro retrato da mudança de ânimo dos brasileiros nesse período.

Nesse cenário, Dilma conquistou os eleitores de forma mais rápida e homogênea do que todos os que foram eleitos anteriormente. Resta saber se terá habilidade para manter esse feito sem transformá-lo em um problema ao governo e às eleições futuras.

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