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Análise

Sem conhecer nomes, eleitor demora a escolher candidato

Apoio dos padrinhos, alianças e tempo de TV são fatores ainda mais fundamentais para definir eleição em SP

MAURO PAULINO
DIRETOR-GERAL DO DATAFOLHA

Dentre os 14 possíveis candidatos à Prefeitura de São Paulo, avaliados na pesquisa Datafolha divulgada hoje, somente o ex-governador do Estado José Serra (PSDB) e o vereador Netinho de Paula (PC do B) são bem conhecidos pela maioria dos paulistanos aptos a votar.

Todos os demais são pouco conhecidos quando não totalmente ignorados por grande parte do eleitorado.

É esta a principal informação da pesquisa a ser levada em conta antes de qualquer conclusão sobre seus resultados de intenção de voto.

Indiferentes às articulações, debates, lançamentos de candidaturas, buscas e ofertas de apoios que esquentam o noticiário e os bastidores partidários, os eleitores levarão ainda um tempo considerável para aprimorar suas intenções de voto.

Diante de um quadro em que as coligações tradicionalmente mais competitivas poderão lançar estreantes em eleições, esse tempo de maturação das candidaturas tende a ser mais longo.

Isto faz com que a influência dos padrinhos, a explicitação dos apoios e das alianças partidários e o tempo de TV tornem-se fatores ainda mais fundamentais para a conquista da vitória.

PADRINHOS

Neste momento, o apoio do ex-presidente Lula desponta como o mais promissor, já que metade dos paulistanos mostra predisposição a votar em quem o petista apoiar.

O apoio do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), não tem o mesmo peso, mas influencia um terço dos eleitores, podendo elevar seu candidato a um patamar também significativo.

TEMPO DE TV

É na TV que esses fatores se evidenciam e propagam seus efeitos junto aos eleitores. Estes, por sua vez, mostram-se seletivos e críticos no exercício do voto e no julgamento dos governantes.

Na última eleição o então estreante Gilberto Kassab (PSD), aproveitando o tempo na TV, atropelou os conhecidíssimos nomes da ex-prefeita e hoje senadora Marta Suplicy (PT), de Alckmin e do ex-prefeito Paulo Maluf (PP), saltando de 11% em julho para 28% em outubro, chegando à vitória no segundo turno da eleição.

Hoje, com a imagem de sua gestão desgastada, o seu apoio a uma candidatura poderia influenciar apenas 14% dos eleitores.

Pode render, porém, valiosos minutos na TV, necessários para a construção de imagem e propagação dos apoios com que contam. Esses são fatores que tornam tão interessante e imprevisível o cenário da disputa paulistana.

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