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'Justiça está engrandecida' diz Eliana Calmon

DE BRASÍLIA

Visivelmente emocionada, a corregedora do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) Eliana Calmon afirmou ontem que retomará, de onde pararam, as investigações contra magistrados que haviam sido suspensas.

A corregedora se disse "muito feliz" com o resultado de ontem e afirmou que ficou "orgulhosa" com a sociedade brasileira.

"A Justiça brasileira está engrandecida."

Demonstrando emoção, Calmon afirmou ainda que não vinha dormindo direito, mas que não guarda mágoas. "Me perguntaram ontem o que eu ira fazer agora. Eu disse: dormir, pois não durmo há três meses."

Questionada sobre sua relação com o presidente do STF e do CNJ, Cezar Peluso, que chegou a divulgar nota de repúdio contra declarações que ela fizera sobre a existência de "bandidos de toga", Calmon afirmou que está "a melhor possível".

"Esse mundo [jurídico] é meio esquisito. Realizamos debates fortes, as vezes com ofensas das mais apimentadas e, na hora do lanche, estamos conversando, rindo".

VOTOS

A maioria dos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) votou no julgamento sobre poder de investigação do CNJ de acordo com a posição defendida pelos locais onde atuavam anteriormente.

Isso ocorreu com 9 dos 11 ministros da corte. Dos 5 que criticaram a atuação irrestrita do CNJ e apoiaram a ação da AMB (Associação dos Magistrados Brasileiros) contra o conselho, 4 chegaram ao STF pela via da magistratura, entre eles o presidente do tribunal, Cezar Peluso, e o ministro Ricardo Lewandowski, que eram desembargadores do Tribunal de Justiça de SP.

Eles defenderam que investigações contra juízes devem acontecer, prioritariamente, nas corregedorias de tribunais de origem.

Do grupo dos vencidos sobre poderes de investigação do órgão, o único que contrariou sua carreira anterior foi Celso de Mello, cuja origem é o Ministério Público.

Gilmar Mendes e Joaquim Barbosa também eram do Ministério Público Federal antes de chegarem ao Supremo.

Eles estavam no grupo dos que saíram vencedores. Os três ministros originariamente advogados, José Antonio Dias Toffoli, Cármen Lúcia e Carlos Ayres Britto, também foram favoráveis ao CNJ.

Neste grupo, a que contrariou orientação de sua carreira pregressa foi Rosa Weber.

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