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Assembleia da Bahia é usada como bunker por policial grevista

Governador baiano diz que parte de crimes pode estar sendo cometida por PMs que aderiram à paralisação

Pelo menos 500 pessoas permanecem no pátio da Casa; presidente de associação policial usa colete à prova de balas

DE SALVADOR
DO ENVIADO A SALVADOR

Armados e dizendo-se dispostos a reagir à bala em caso de invasão, os grevistas da Polícia Militar transformaram a Assembleia Legislativa da Bahia, onde estão acampados, em um bunker.

A temperatura da greve subiu na noite de sexta após o governador Jaques Wagner (PT) anunciar, na TV, que a Justiça mandou prender 12 líderes e policiais identificados em atos de vandalismo.

Depois disso, as lideranças grevistas foram isoladas em uma sala da Assembleia, sob proteção de um grupo de policiais, enquanto o restante do contingente grevista, pelo menos 500 pessoas, permaneceu no pátio da Casa.

O presidente da Aspra (Associação de Policiais e Bombeiros da Bahia), Marco Prisco, deixou de circular pelo prédio e veste um colete à prova de balas.

A Folha passou a noite de sexta e a madrugada de sábado no local e viu policiais portando pistolas e usando coletes à prova de balas.

"O governo sabe que 99% de nós estamos armados. Se tentarem uma invasão, haverá um banho de sangue", disse um dos grevistas, sob condição de anonimato.

Os manifestantes montaram pontos de observação no terraço do edifício. Vigilantes percorrem as imediações do prédio durante 24 horas.

Para afastar "infiltrados", os policiais fazem chamadas em que todo o contingente grevista se reúne em pequenos grupos a partir de suas unidades de origem. Com isso, os que "sobraram" foram identificados como agentes do serviço reservado da PM, os "olheiros" do governo.

CRIMES

Wagner disse que os PMs em greve cometeram crimes desde que a paralisação começou, na última terça-feira.

O petista afirmou que os grevistas estão promovendo "banho de sangue" para amedrontar a população.

"Parte dos crimes pode ser parte da própria operação montada. A tentativa de criar um clima de desespero para fazer a autoridade do governo do Estado sucumbir ao movimento", disse o petista, que negou intenção de invadir a Assembleia.

(GRACILIANO ROCHA E FÁBIO GUIBU)

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