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Partido recicla mantra de tucanos sobre concessões

BERNARDO MELLO FRANCO
DE SÃO PAULO

O debate sobre o leilão dos aeroportos faz o PT reciclar um mantra repetido por políticos do PSDB nas últimas campanhas: "Fazemos concessões, não privatizações".

Este foi o discurso usado pelos tucanos Geraldo Alckmin e José Serra para se defender da alcunha de privatistas nas eleições presidenciais de 2006 e 2010, vencidas por Lula e Dilma Rousseff.

Acusado de querer vender a Petrobras, o Banco do Brasil e a Caixa, Alckmin usou a tática em 2006 para justificar a cessão de rodovias paulistas à iniciativa privada.

"Não é privatização, é concessão. Privatização é venda de ativo", disse ele, que chegou a vestir um macacão com logotipos das estatais para negar a intenção de vendê-las.

Em 2010, Serra reprisou o discurso ao dizer à revista "Época" que, se eleito, faria concessões de... aeroportos.

"O termo correto não é privatização, é concessão. (...) É completamente diferente de privatização. Eu defendo a concessão de aeroportos."

Agora, quando o senador Aécio Neves (PSDB-MG) capricha na ironia para saudar a entrada do PT no "mundo moderno das privatizações", o argumento tucano passa a ser ouvido de bocas petistas.

"Não dá para tratar essa concessão dos aeroportos como privatização", afirmou na quarta-feira o senador Lindbergh Farias (PT-RJ).

"Alguns chegam a dizer que é privatização e que estamos mudando o nome para concessão tentando mascarar um ideário", reclamou ontem o líder do PT no Senado, Walter Pinheiro (BA).

A metamorfose também atinge os tucanos. Contrariando os presidenciáveis do partido, o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) agora nega diferenças entre concessões e privatizações.

"São roupagens jurídicas do mesmo fenômeno", disse anteontem à Globo News.

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