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Análise

Eleição paulistana é primeiro round da sucessão presidencial

VALDO CRUZ
DE BRASÍLIA

Jogada de risco e chance de ressurreição política para José Serra, a eleição em São Paulo transformou-se, com a entrada do tucano no páreo, no primeiro round da eleição presidencial de 2014 para Dilma Rousseff.

A presidente não desejava se meter tanto assim na disputa paulistana: avaliava que, sem um candidato forte dos tucanos, a eleição tendia a ser uma disputa entre seus aliados e preferia deixar o jogo nas mãos de Lula.

O "sim" mais do que previsível de Serra muda -já mudou- seus planos. Dilma busca acelerar conversas com aliados, como PSB e PDT, para evitar que eles caminhem com os tucanos e joguem contra Fernando Haddad (PT).

A presidente continuará dizendo publicamente, como fez ontem, que não se envolverá na eleição paulistana. Mas sabe que derrotando Serra enfraquecerá ainda mais sua já debilitada oposição.

Elegendo um petista em São Paulo, Dilma poderá entrar numa futura campanha pela reeleição em situação bem mais favorável do que em 2010. Afinal, perdeu para Serra no Estado e na capital.

Eleito, Haddad não só poderá conquistar o eleitorado paulistano para Dilma como preparar o terreno para que o PT tenha chances de acabar com o reinado tucano no governo de São Paulo.

Não por outro motivo a cúpula do PSDB, mesmo não morrendo de amores por Serra, pressionou o ex-governador a entrar no páreo para evitar a queda de sua principal fortaleza no jogo político.

Perder o controle sobre o eleitorado paulista e paulistano custará caro demais aos tucanos. Inclusive o risco de, na próxima eleição presidencial, deixarem de ser o principal adversário do PT.

Daí que a eleição de São Paulo não só representa a chance de ressurreição serrista na política, mas a continuidade dos sonhos tucanos de retomar o Planalto.

Também não por outro motivo Lula definiu como sua prioridade política derrotar os tucanos em um território em que sempre se deu mal.

Enfim, mais uma vez, a disputa em São Paulo terá ares de campanha nacional quanto a seus efeitos futuros no xadrez político.

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