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BC intervém, mas dólar fecha abaixo de R$ 1,70

MARIANA CARNEIRO
DE SÃO PAULO
MAELI PRADO
LORENNA RODRIGUES
DE BRASÍLIA

O Banco Central tentou outra vez conter a valorização do real, mas não adiantou. A moeda americana voltou a cair no Brasil e fechou valendo R$ 1,699, a menor cotação desde 28 de outubro.

Em fevereiro, o BC já fez dez intervenções no mercado, comprando dólares para evitar que o real se valorize rapidamente frente ao dólar.

Segundo estimativas do economista Alfredo Barbutti, da corretora BGC Liquidez, a autoridade monetária comprou cerca de US$ 7,7 bilhões em fevereiro. E, embora tenha perdido ontem o duelo pelo piso de R$ 1,70 para a moeda americana, conseguiu enxugar até aqui grande parte da entrada de dólares no país.

Mas a valorização do real também ocorre devido à perspectiva de que mais recursos virão para o país. "A expectativa é de que o fluxo [de entrada] aumentará", diz o gestor de câmbio do Banco Paulista, Tarcísio Joaquim.

O Banco Central Europeu deve anunciar hoje nova rodada de estímulos para reativar a economia. Na última operação, no fim do ano passado, o BCE injetou quase 500 bilhões de euros no mercado.

Ontem, o presidente do BC, Alexandre Tombini, afirmou que Reino Unido, Japão e EUA seguem o mesmo caminho, inundando o mercado para reestimular suas economias.

Uma parte dos recursos vai para países que têm perspectiva de crescimento maior e paga juros mais altos, como o Brasil, valorizando o real. Tombini disse que o BC agirá sempre que necessário para frear o fortalecimento excessivo da moeda. Isso afeta a indústria local, que sofre a concorrência de importados e tem dificuldade de exportar.

A uma semana da reunião do Copom, Tombini indicou que a taxa de juros deve seguir em queda porque a economia brasileira está crescendo abaixo do seu potencial: "Não é por outra razão que o Banco Central vem ajustando para baixo suas taxas", declarou o presidente do BC.

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