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Sem acordo, Câmara adia votação de lei florestal

Ruralistas querem incluir no texto a desobrigação de recuperar áreas

Governo já avisou que não permitirá mudança no projeto e que deseja vê-lo aprovado ainda este mês pelo plenário

MÁRCIO FALCÃO
MARIA CLARA CABRAL
DE BRASÍLIA

Sem consenso entre o governo e a bancada ruralista, a Câmara adiou a votação da reforma do Código Florestal para a próxima semana.

Enquanto o Planalto insiste em manter integralmente o texto aprovado pelo Senado em dezembro, os ruralistas trabalham por mudanças no relatório do deputado Paulo Piau (PMDB-MG).

Pressionado pelos dois lados, o peemedebista atendeu ao governo e pediu mais uma semana para a análise do texto pelo plenário da Casa, último passo antes de o texto ser sancionado pela presidente Dilma Rousseff.

A bancada insiste em alterar as regras para a produção rural em APPs (áreas de preservação permanente), como topos de morro, encostas e margens de rios.

Quer deixar de fora do texto qualquer obrigação de recuperar essas áreas.

Eles querem trazer de volta a emenda que anistiava desmatamentos em APPs. Dilma já disse que vetaria anistia a desmatadores.

Alguns ruralistas defenderam um movimento ainda mais radical: derrubar todo o texto e votar, na íntegra, o original da Câmara.

Ontem, a ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) disse que governo não aceita mudanças.

Ela disse que o texto aprovado pelos senadores já tinha sido aceito pelos ruralistas, o que eles negam.

O governo calcula não ter votos para aprovar a versão que deseja. Por isso, quer adiar a votação enquanto não houver apoio suficiente ao texto do Senado.

O Planalto pode usar um trunfo na negociação: o decreto que suspende multas de proprietários que não estiverem em conformidade com o código atual. O decreto, prorrogado há três anos, vence em 11 de abril.

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