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Alvo de ato diz que só fazia buscas na ditadura

Delegado aposentado, que enfrentou protesto em SP, afirma que impediu comunismo

DE SÃO PAULO

Alvo de um protesto pela instalação da Comissão da Verdade, o delegado aposentado David dos Santos Araujo disse ontem que trabalhou na repressão da ditadura militar (1964-1985) para impedir o avanço do comunismo.

"Cumpri a minha obrigação para que não se instalasse neste país uma república comunista", disse Araujo.

Na segunda-feira, um movimento organizado pela internet promoveu protestos em sete cidades contra ex-agentes acusados de torturar presos políticos.

Em São Paulo, o ato reuniu cerca de 150 pessoas em frente à empresa de Araujo.

O ex-delegado disse que trabalhou na repressão a convite do Exército. "Fui trabalhar no serviço de busca, que não interroga ninguém, não mata ninguém."

Araujo afirmou que irá processar os manifestantes.

Em 2010, ele foi acusado de tortura. Segundo o Ministério Público, Araujo era chamado de "capitão Lisboa" e teria participado da tortura e do assassinato do militante Joaquim Alencar de Seixas no Doi-Codi, em 1971. A ação foi considera improcedente com base na Lei da Anistia.

APOIO

Em vídeo publicado em seu site, o presidente do PT, Rui Falcão, manifestou apoio aos protestos e negou tratar-se de "ato de revanche".

Para o petista, ex-militante da VAR-Palmares, os manifestantes são "simplesmente jovens que querem, assim como nós, passar a limpo a história recente do Brasil".

No vídeo, Falcão ainda cobra a instalação da Comissão da Verdade, que aguarda a indicação de seus integrantes pela presidente Dilma Rousseff.

(DANIEL RONCAGLIA)

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