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Após polêmica, novo procurador de Justiça assume e prega união

Márcio Elias Rosa foi o segundo mais votado na eleição interna para comandar o Ministério Público de São Paulo

Ganhador do pleito interno e preterido por Alckmin diz que órgão fica 'mais burocrático' e 'menos independente'

João Pacóla/Divulgação/MP
Novo procurador-geral de Justiça de SP toma posse em órgão do Colégio de Procuradores
Novo procurador-geral de Justiça de SP toma posse em órgão do Colégio de Procuradores

DE SÃO PAULO

O novo procurador-geral de Justiça de São Paulo, Márcio Elias Rosa, 49, minimizou ontem, ao tomar posse, a polêmica em torno da escolha de seu nome para o cargo.

Rosa foi indicado para a chefia do Ministério Público Estadual pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) na última quinta-feira, mesmo tendo sido derrotado na eleição interna pelo procurador Felipe Locke, por 894 votos a 838.

No dia seguinte à indicação, Locke disse que a classe havia sido "aviltada" com a decisão, que também foi criticada por associações de membros do Ministério Público.

O governador tem a prerrogativa de escolher qualquer um dos três primeiros colocados, mas, tradicionalmente, nomeia o vencedor do pleito.

Em seu discurso ontem, mesmo sem fazer menção direta ao fato de não ter sido o primeiro colocado na disputa, Rosa citou os concorrentes e disse que "unidos" administrariam o órgão. "Encerrado o processo eleitoral, unidos e com a proteção de Deus, vamos ao trabalho", afirmou.

Já o procurador-geral interino, Walter Sabella, disse que "só os egoístas empedernidos não se sentem felizes pela ascensão de um bom companheiro". Citando os outros candidatos, no entanto, também pregou união.

Ontem, Locke voltou a criticar a escolha de Alckmin e disse prever um Ministério Público "pouco independente e muito burocrático" na gestão Rosa. "Estamos inconformados com essa decisão absolutamente injusta."

CONTINUIDADE

Na eleição, Rosa representava a administração anterior, de Fernando Grella, de quem ocupou o cargo de subprocurador-geral de gestão. No discurso, classificou como "inegociável" a autonomia do Ministério Público.

O procurador-geral, que tem mandato de dois anos, é o responsável por ações de improbidade administrativa contra o governador e por ações criminais contra prefeitos e deputados.

Tanto Locke quanto o terceiro candidato, Mário Papaterra Limongi, também de oposição, não foram à cerimônia, destinada aos membros do Órgão Especial. A posse solene será em maio.

(PAULO GAMA E FREDERICO VASCONCELOS)

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