CPI não é vingança do PT contra oposição, diz Falcão

O presidente do PT, Rui Falcão, disse ontem que a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar Carlos Cachoeira e suas relações políticas não visa a "vingança ou acerto de contas" com opositores.

A declaração de Falcão foi em resposta ao questionamento sobre se é desejo do ex-presidente Lula que a CPI avance sobre fatos que envolvam o governador Marconi Perillo (PSDB-GO).

Durante as investigações do mensalão, em 2005, Perillo declarou ter alertado Lula sobre o suposto esquema. Isso levantou suspeita de que Lula soubesse do mensalão.

"De maneira nenhuma", disse. "Primeiro, esse suposto envolvimento do governador Marconi Perillo precisa ser confirmado, aprofundado. Segundo, nunca foi confirmado pelo presidente Lula que ele tenha sido avisado sobre esse suposto mensalão."

"Terceiro, não tem nenhum objetivo de vingança, de acerto de contas", completou Falcão, que disse tratar com Lula sobre vários temas.

As investigações da Polícia Federal sugerem que Cachoeira tinha contato com Perillo e influência sobre nomeações em seu governo.

No começo da semana, Falcão declarou em um vídeo que era necessário acabar com "a farsa do mensalão" a partir da apuração da CPI. Anteontem, após reações contrárias, ele negou que a declaração tenha vinculação entre os dois temas.

Sobre as gravações da PF também indicarem suspeitas de que Cachoeira tivesse influência sobre nomeações e contrato no governo de Agnelo Queiroz (PT-DF), Falcão defendeu o correligionário.

A respeito de contrato do governo do DF com a Delta, cujo dono teria ligações com Cachoeira, Falcão disse que esse contrato foi feito por determinação da Justiça na gestão anterior à do petista, e que trabalha "com a presunção de inocência de todos".