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Disputa entre BB e Previ derruba diretor de seguradora

Dilma havia ameaçado demitir cúpula de banco e fundo de pensão caso não houvesse armistício na guerra por poder entre as instituições

ANDREZA MATAIS
NATUZA NERY
DE BRASÍLIA

A guerra entre os comandos do Banco do Brasil e da Previ, fundo de pensão do banco, derrubou Eduardo Martins, diretor comercial da seguradora BB-Mapfre. Ele foi demitido anteontem por telefone.

Oficialmente, a saída é explicada pela necessidade de renovação. Mas, nos bastidores, a demissão é atribuída à disputa de poder entre as duas instituições.

Martins é ligado a Ricardo Flores, presidente da Previ e desafeto da cúpula do BB. Tanto o banco quanto a seguradora preferiram não falar.

A presidente Dilma Rousseff havia determinado aos dois grupos que pusessem um fim à guerra, inclusive ameaçando demitir todos se não houvesse um armistício.

Apesar da ordem, porém, acionistas minoritários do banco oficial passaram a mirar no presidente do BB, Aldemir Bendine, e em Paulo Cafarelli, um dos vices e também desafeto de Flores.

Além de pedir a demissão, acusam ambos de causar prejuízos ao BB em aquisições não rentáveis e de ter feito operações de compra sem pareceres técnicos.

No Banco do Brasil, enxerga-se as digitais do grupo rival, do qual Eduardo Martins faz parte. A briga entre BB e Previ começou justamente após a instituição ter sido acusada de comprar o Banco Postal, dos Correios, sem parecer técnico. O BB diz que o documento não era necessário.

O vazamento dessa informação foi creditado pelo BB na conta de Allan Toledo, na época vice-presidente do banco, também ligado a Flores. Os dois negam interesse em desestabilizar Bendine.

A Folha revelou que os presidentes de BB e Previ romperam relação devido a uma briga por poder no início do ano.

Martins, da Mapfre, é ligado também ao presidente da Câmara, Marco Maia (RS), e a Arlindo Chinaglia (PT-SP), líder do governo na Câmara.

Ontem, começou a circular uma carta assinada por funcionários aposentados do BB que pede punição a Flores pela compra de uma casa paga em parte com dinheiro vivo. Flores disse que emprestou o dinheiro de um empresário, que negou a transação. A Previ pediu explicações e estuda abrir investigação.

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