Cachoeiragate/O esquema

A máquina do Cachoeira

A OPERAÇÃO MONTE CARLO
Após 15meses de investigação, a PF prendeu o empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Segundo a apuração, ele explorava jogos ilegais e tinha um laboratório farmacêutico, entre outros negócios. Nos dias seguintes, diversas relações de Cachoeira vieram à tona

POLÍTICOS
Escutas telefônicas feitas pela PF mostram que Cachoeira tinha influência sobre políticos que defendiam interesses de seu grupo no Congresso e em governos estaduais. A relação que mais ganhou destaque foi como senador Demóstenes Torres

GOVERNOS
Segundo as investigações, Cachoeira tinha pessoas de sua confiança em postos-chave dos governos de Goiás e do Distrito Federal, além de influência em órgãos federais, como a Anvisa

EMPRESAS
As investigações sugerem também que o grupo trabalhou para defender interesses da construtora Delta nos Estados onde ela tinha contratos. A PF suspeita também que o laboratório Vitapan era usado por Cachoeira para lavar dinheiro do jogo ilegal

RETORNO
Segundo a PF, Cachoeira controlava uma rede de empresas de fachada que movimentaram milhões de reais nos últimos anos. Pelo menos R$ 39 milhões foram repassados pela construtora Delta para elas

-

DOAÇÕES ELEITORAIS
Políticos receberam ao menos R$ 780 mil em doações de firmas contratadas pelo grupo de Cachoeira e abastecidas por recursos cuja origem é a Delta, segundo a PF

GRAU DE ENVOLVIMENTO
Gravações da PF sugerem relação entre o grupo e os governadores, mas não mostram conversas diretas entre eles. Os dois admitem contatos ocasionais com Cachoeira, mas negam influência dele em seus governos

GRAMPOS
A PF, com autorização da Justiça, gravou desde 2009 conversas de Cachoeira e de pessoas que trabalhavam para ele com políticos e empresários

-

CARLOS CACHOEIRA

QUEM É
Preso desde fevereiro, tem 48 anos. Herdou do pai, Sebastião, as atividades do jogo do bicho nos anos 1960 e 1970. Ele o ajudava a recolher apostas nas bancas de Anápolis (GO), onde nasceu

PRECEDENTE
Ganhou notoriedade em 2004, quando veio a público um vídeo de 2002 em que negociava propina para fazer negócios no governo do Rio. Seu interlocutor, Waldomiro Diniz, mais tarde foi assessor do ex-ministro José Dirceu