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Depoimento

Jagunços pararam nosso carro e nos ameaçaram

JOEL SILVA
ENVIADO ESPECIAL A PAU BRASIL (BA)

Nós estávamos seguindo por uma estrada em Pau Brasil. Ela não parecia perigosa, já tínhamos passado por ali antes, embora já tivéssemos avistado seguranças perto da propriedade do ex-prefeito Durval Santana (DEM).

Por volta das 8h, quando estávamos subindo uma colina, fomos surpreendidos no ponto alto da estrada por um grupo de jagunços armados de escopetas -e revólveres na cintura. Doze ao todo.

Os que estavam encapuzados se postaram diante do carro e gritaram para pararmos. Eu e o motorista procuramos sair calmamente do veículo e, para mostrar que não estávamos armados, colocamos as mãos no capô.

Os homens encapuzados nos mandaram deitar no chão. Fomos então revistados e interrogados. Explicamos que éramos de São Paulo e trabalhávamos como jornalistas da Folha. "Cadê a carteirinha?", perguntaram. Pedimos que olhassem dentro do veículo.

Inspecionaram nossos equipamentos e documentos e depois botaram tudo de volta. Mandaram então que nós entrássemos no carro e fôssemos embora dali sem olhar para nenhum deles -alguns não estavam encapuzados-, se não iriam atirar.

Partimos devagar.

Alguns quilômetros à frente fomos parados por outro grupo de jagunços -sete deles, mas só um com escopeta. Não estavam de capuz. Questionaram o que fazíamos na região. Explicamos e nos identificamos novamente. "Sai daqui! Sai daqui!", gritaram.

Rodamos até encontrar um grupo de agentes da Polícia Federal. Contamos então o que nos sucedeu. Até agora a PF diz não ter achado armas com índios e fazendeiros.

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