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Dilma diz a aliados que país precisava 'medida ousada' para voltar a crescer Presidente afirma que não teme perder popularidade e que há 'coisas que precisam ser feitas' Líder do governo na Câmara afirma que a MP ainda precisa ser aprovada, mas ninguém manifestou resistência DE BRASÍLIAA presidente Dilma Rousseff disse a sindicalistas, empresários e líderes aliados, em três reuniões distintas no Palácio do Planalto, que a mudança no rendimento da poupança é uma "medida ousada", mas que tinha de ser "enfrentada" para permitir a queda dos juros no país. Segundo os participantes, Dilma disse não temer perder popularidade e foi elogiada pelos empresários por adotar uma medida polêmica. "São coisas que precisam ser feitas e serão feitas, fomos eleitos para isso", afirmou no encontro com os empresários, o último dos três que teve para pedir apoio à medida. A primeira reunião foi com o Conselho Político, que reúne líderes dos partidos aliados. Nela, parlamentares lembraram a tentativa frustrada do ex-presidente Lula de mudar a poupança. Bem-humorada, a presidente aproveitou para brincar com o ministro Guido Mantega (Fazenda), que comandava a pasta na época: "É que o Mantega evoluiu muito de lá para cá". Nas reuniões, Dilma reforçou que o país precisa vencer três entraves para continuar se desenvolvendo: a redução dos juros, a valorização cambial e a carga tributária do país: "Não estou aqui para vender facilidades. Esse é um passo que tem que ser dado". O último encontro reuniu 26 empresários. Presidente da Confederação Nacional da Indústria, Robson Andrade diz que todos elogiaram a medida, incluindo os banqueiros presdentes: Pedro Moreira Salles (Itaú-Unibanco), Luis Carlos Trabuco (Bradesco) e André Esteves (BTG Pactual). O presidente do Bradesco, Luiz Trabuco, disse que "foi uma mudança boa para todos, importante, pois preserva os saldos existentes, mantendo as regras de liquidez e isenção tributária, preservando a grande credibilidade deste instrumento, um dos mais populares do país. A mudança foi boa, pois permite espaço para a continuidade na queda dos juros". Robson Andrade disse que a busca por juros menores não poderá ser feita só por bancos oficiais e afirmou que os demais estão reagindo por conta da concorrência. "Se você não tem concorrência, não tem necessidade de buscar maior eficiência. À medida que bancos tenham concorrência, isso faz com que busquem reduzir os juros." O líder do governo na Câmara lembrou que a MP terá de ser aprovada no Congresso. "O assunto é importante, mas ninguém manifestou resistência durante a reunião", disse Arlindo Chinaglia (PT-SP), após reunião com Dilma. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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