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Cachoeiragate / Conselho de Ética

Maioria dos senadores quer processo contra Demóstenes

Doze dos 15 integrantes do Conselho de Ética vão votar a favor da investigação

A maioria diz, porém, não ter posição formada sobre a punição a ser aplicada, que pode ser a cassação do mandato

GABRIELA GUERREIRO
MÁRCIO FALCÃO
DE BRASÍLIA

A maioria dos integrantes do Conselho de Ética do Senado é a favor de abrir, na próxima terça, processo disciplinar contra Demóstenes Torres (ex-DEM-GO).

Consulta feita pela Folha mostra que 12 dos 15 componentes do órgão vão votar pela instauração do processo, seguindo a recomendação do relator, Humberto Costa (PT-PE).

O senador pediu a abertura do processo ao afirmar que Demóstenes faltou com a verdade no plenário da Casa quando negou conhecer as atividades ilícitas de Carlinhos Cachoeira.

Grampos da Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, mostram intensa troca de telefonemas entre o senador e Cachoeira, acusado de corrupção e de comandar exploração de jogos ilegais.

Segundo Humberto Costa, Demóstenes usou o mandato para atuar em favor dos interesses do empresário.

Quando a questão é a penalidade a ser aplicada ao senador, a maioria diz que vai definir posição sobre uma possível cassação do mandato apenas no final.

Apenas três dos 15 membros do Conselho, sob condição de anonimato, se declararam a favor da punição máxima ao senador.

O entendimento que prevalece entre os integrantes do Conselho é que o clima em torno de Demóstenes "não é favorável", especialmente porque a votação é aberta.

Os integrantes do Conselho aceitaram responder à consulta sem serem identificados. O argumento é que não podem antecipar o voto.

Após a abertura do processo, o Conselho deve ouvir testemunhas e o próprio Demóstenes (que pode ser representado por advogados), antes da apresentação do relatório final de Humberto Costa.

Os primeiros a serem ouvidos, segundo Costa, serão Demóstenes e nomes sugeridos pela defesa, entre eles Carlos Cachoeira.

Demóstenes havia prometido comparecer pessoalmente para apresentar sua defesa aos colegas. Nos bastidores, ele tem procurado senadores em busca de apoio.

O ex-líder do DEM espera que, na votação secreta no plenário do Senado, consiga maioria dos votos para escapar da cassação.

O presidente do conselho, Antônio Carlos Valadares (PSB-SE), disse que pretende encerrar o caso Demóstenes antes do recesso de julho.

Se o Conselho aprovar a perda do mandato, o relatório segue para a Comissão de Constituição e Justiça e, depois, vai para o plenário. A votação é secreta e a cassação só ocorre com 41 dos 81 votos dos senadores.

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