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Cachoeiragate / CPI

Não há motivo para Cabral ser convocado, diz Temer

Para vice-presidente, jantar de governador com empreiteiro não é 'ilegal'

Oposição quer que peemedebista explique proximidade com dono da Delta, associada ao esquema de Cachoeira

FERNANDO RODRIGUES
DE BRASÍLIA

O vice-presidente Michel Temer, principal líder do PMDB, disse ontem não ver motivos para que o governador do Rio, o peemedebista Sérgio Cabral, seja convocado pela CPI do Cachoeira.

Para ele, as viagens e o jantar do colega de partido com o empreiteiro Fernando Cavendish, dono da Delta, não configuram crime.

Embora Temer tenha tido o cuidado de ressaltar que não deseja influir na investigação do Congresso, trata-se de uma declaração de peso. O vice é presidente nacional licenciado do PMDB.

Temer falou em entrevista à Folha e ao UOL. Seu recado sobre Cabral reforça a estratégia do governo de proteger os governadores de partidos aliados. Outro citado nas investigações é o governador do DF, Agnelo Queiroz (PT).

Deputados e senadores pró-governo querem impedir a convocação de Cabral e de Agnelo. Ao mesmo tempo, tentarão forçar um depoimento do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB).

Cabral aparece em viagem ao exterior confraternizando com Cavendish em imagens divulgadas pelo deputado Anthony Garotinho (PR-RJ). Para Temer, esse fato "pode ser apurado".

Indagado se o governador deveria se explicar melhor sobre seu relacionamento com Cavendish, Temer disse que ele poderá fazer isso "não necessariamente na CPI".

"Me me parece que chamar o Sérgio Cabral porque ele jantou com um empreiteiro, ou jantou com secretários ou o que seja... Só se a ilegalidade for jantar com um empreiteiro. Se isto for ilegal, muito bem. Não me parece."

Ele frisou, porém, que a convocação de governadores "é uma decisão da CPI".

CÂMARA

Na entrevista, o vice-presidente negou que a relação pouco amistosa da presidente Dilma Rousseff com o líder do PMDB na Câmara, Henrique Alves (RN), seja um óbice para o peemedebista presidir a Casa a partir de 2013.

"A proximidade com a presidente não é o fator determinante para a decisão", disse.

PT e PMDB têm acordo para que haja um rodízio entre as siglas no cargo de presidente da Casa.

Segundo Temer, Dilma pode se aproximar do PMDB na discussão sobre a reforma do Código Florestal. Se ela vetar texto na íntegra e baixar uma medida provisória no lugar, o partido poderia trocar de posição e ajudá-la.

"Na opinião dele, "se houver uma nova formulação legislativa, ainda que por medida provisória, não é improvável acordo dessa natureza. E o PMDB vai colaborar".

FOLHA.com
Assista ao vídeo e leia a transcrição da entrevista
folha.com/no1087432

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