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Dólar volta a subir e valorização já aumenta preços

MARIANA CARNEIRO
DE SÃO PAULO

O dólar voltou a subir ontem e a sua valorização já está provocando aumentos de alguns preços no Brasil.

Incertezas políticas na Grécia levaram a moeda americana a R$ 1,939, valor mais alto desde julho de 2009. Desde março, a cotação média do dólar saiu de R$ 1,79 para R$ 1,85 em abril. E, neste início de maio, está em R$ 1,92.

Essa valorização progressiva fez com que matérias-primas industriais importadas ficassem mais caras em reais.

A FGV divulgou ontem que a inflação medida pelo IGP-DI quase dobrou em abril -passou de 0,56% em março para 1,02% no mês passado.

Resultado de aumentos de preços de insumos industriais químicos, metálicos e os usados no processamento de alimentos: "O câmbio não foi o determinante para a inflação mas saiu do armário", diz o coordenador de preços da FGV, Salomão Quadros. "Deixou de ser um elemento neutro e passou a participar da formação de preços."

Até o mês passado, a alta do dólar estava sendo neutralizada pela queda do preço das matérias-primas no exterior. Mas, desde meados de abril, a valorização da moeda americana tem sido mais intensa, o que provoca aumentos dos preços em reais.

Segundo o economista Thiago Curado, da consultoria Tendências, desde que o dólar rompeu R$ 1,84 (em 16 de abril) vem pressionando os preços no Brasil. "O câmbio é o principal risco para a inflação neste ano", afirma.

Com a economia do país enfraquecida, é menor a chance de esses aumentos chegarem com força ao consumidor. A única dúvida, diz o economista-chefe da consultoria MB Associados, Sérgio Vale, é qual a capacidade de absorção da indústria.

"A sensação é de que a renda continuará crescendo forte neste ano, e a indústria está muito fraca, sem espaço para perda de margem. Nada mais natural que o repasse seja imediato", afirma.

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