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Cachoeiragate / Partidos

PSDB evita decidir destino de deputado ligado a Cachoeira

Líderes do partido afirmam que vão esperar depoimento de Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO) à CPI no Congresso

Tucano aparece em escuta pedindo R$ 100 mil ao grupo; ele diz que intermediava venda de uma rádio

DE BRASÍLIA
DE SÃO PAULO
DE BELO HORIZONTE

Quarenta dias após a revelação de áudio em que o deputado Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO) aparece em negociações com integrantes do grupo do empresário Carlos Cachoeira, a cúpula do partido ainda não pretende aplicar nenhuma penalidade contra o parlamentar.

Entre outras coisas, Leréia aparece em escuta feita pela Policia Federal na Operação Monte Carlo em diálogos com Wladimir Garcez, que atuava no grupo de Cachoeira. Nas conversas, Leréia cobra um suposto depósito de R$ 100 mil de Garcez.

Indicado para presidir o Conselho de Ética do PSDB, o ex-senador Papeléo Paes (PA) diz que "no momento" não pretende abrir processo no colegiado contra o deputado. A ideia é esperar um posicionamento de Leréia na CPI do Cachoeira instalada no Congresso, afirmou.

"Neste momento não vamos abrir nenhum processo contra o Leréia. É preciso ter cautela para dar amplo direito de defesa", disse Paes. Apesar de Leréia ter se oferecido para depor na CPI, até o momento, não há nenhuma previsão dele ser convocado.

DEBATE

O governador Geraldo Alckmin, um dos principais nomes da legenda, evitou se posicionar sobre a situação de Leréia.

"O posicionamento oficial do governo de São Paulo é que este é um debate exclusivamente do partido e deve ser tratado pela direção do partido", disse Alckmin, por meio da assessoria.

O senador Aécio Neves (MG) também prefere deixar uma decisão para a cúpula do partido.

"Essa comissão de ética vai analisar e ouvir o deputado Lereia. A informação que eu tenho é que é uma decisão da direção do partido", afirmou o senador em Minas Gerais.

Candidato à prefeitura de São Paulo, José Serra, defende a estratégia de aguardar um posicionamento do deputado no Congresso.

"Li que ele está disposto a ir depor na CPI. Acho que deve se dar a esse direito a ele", afirmou o tucano.

DEFESA

Em sua defesa, entregue à Corregedoria da Câmara, Leréia diz que os R$ 100 mil citados na conversa gravada se referem a uma intermediação que ele fez para a compra de uma rádio por Cachoeira.

Segundo a defesa, o próprio Leréia tinha interesse em comprar 50% de uma rádio em Goiás, mas um mês antes do negócio ser concretizado ele se deu conta de que não tinha o dinheiro necessário.

Para não prejudicar o vendedor, Leréia afirma ter se comprometido a achar um novo comprador, que seria o empresário, que é seu amigo.

O deputado afirma ainda que o negócio ficou estabelecido em R$ 100 mil. Porém, o cheque dado por Cachoeira era sem fundo, segundo a defesa do deputado.

Leréia então foi acionado para resolver a questão e pediu que Cachoeira fizesse o pagamento.

(ERICH DECAT, FERNANDO MELLO, GABRIELA GUERREIRO, DANIELA LIMA, PAULO PEIXOTO)

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