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Mantega diz que pode tomar mais medidas para estimular produção

Técnicos querem que governo permita mais dinheiro em circulação

DE BRASÍLIA
DA ENVIADA AO RIO

O ministro Guido Mantega (Fazenda) não descartou ontem a possibilidade de baixar novas medidas para estimular a economia brasileira, principalmente destinadas a aumentar o crédito para pessoas físicas e empresas.

Disse que não citaria "medidas específicas", mas destacou que algumas das que estão sendo divulgadas pela mídia "podem ser tomadas e nós estaremos tomando".

Diante do ritmo fraco da economia, técnicos defendem que o governo reduza os depósitos compulsórios (dinheiro que os bancos são obrigados a recolher ao BC) e coloque mais dinheiro em circulação na economia.

Estão em análise ainda medidas para reativar o crédito para o setor automotivo e a redução do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), um pedido dos bancos para que possam reduzir seus spreads (diferença entre o que eles pagam para captar recursos e o que cobram para emprestar a seus clientes).

Mantega sinalizou que vai aguardar a reação do mercado às reduções de juros do BC e dos bancos públicos.

Ele disse enxergar uma "boa vontade de parte do setor financeiro para remediar esta situação, baixando as taxas e liberando mais crédito".

Um dia após a divulgação da inflação de abril, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, disse que o resultado foi mais elevado do que previa o BC: "A inflação oficial do Brasil, em março, veio abaixo das nossas expectativas, e em abril veio acima das expectativas do BC".

Nos últimos 12 meses, a inflação está em 5,1%. Mas, para Tombini, os aumentos de preços deverão perder fôlego.

"Nos próximos três meses, [a inflação] será inferior à inflação mensal em abril", disse em seminário do BC no Rio.

Tombini rebateu as críticas que o BC tem sofrido por mudar de opinião sem dar sinais ao mercado -que levaram analistas a questionar a independência do banco.

O presidente do BC afirmou que, com as mudanças rápidas nas expectativas de desempenho das economias dos EUA, Europa e China, "a vida de quem projeta dados econômicos está mais difícil": "Isso se reflete na necessidade de ajustar-se mais frequentemente aos desdobramentos do cenário".

(PRISCILLA OLIVEIRA E MARIANA CARNEIRO)

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